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Trabalhadores que viajavam em baú de caminhão são resgatados na Bahia

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

14/09/2019 18h20Atualizada em 15/09/2019 14h36

Nove trabalhadores que viajavam dentro do baú de um caminhão, em situação análoga a de escravidão, foram resgatados ontem pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), na BR-242, no município de Cristópolis, na região oeste da Bahia.

Segundo a PRF, os homens iriam para o estado do Tocantins e percorreriam cerca de 1.000 quilômetros em condições inseguras e degradantes dentro do compartimento de carga do caminhão.

O grupo relatou que saiu às 7h de ontem do município de Seabra (BA) e seria transportado até a cidade de Paraíso do Tocantins (TO). Eles iriam trabalhar na construção de um galpão.

O transporte irregular e a situação degradante dos trabalhadores foram descobertos em fiscalização da PRF no quilômetro 685 da BR-242, a cerca de 800 km de Salvador.

Os policiais observaram a porta traseira do baú do caminhão aberta e abordaram o veículo. Os trabalhadores estavam sentados sobre caixas de papelão e paletes, soltos no assoalho do caminhão.

O compartimento de carga não tem sistema de ventilação e, segundo a PRF, os homens correram risco iminente de asfixia e acidente grave. Os trabalhadores foram retirados imediatamente do veículo.

A PRF informou a situação à Secretaria do Trabalho, e foi providenciado transporte dos trabalhadores até à gerência regional do órgão em Barreiras (BA), onde eles foram ouvidos pelos auditores. "Os custos com hospedagem, alimentação e transporte, inclusive, para retorno dos trabalhadores às localidades de origem ficarão sob a responsabilidade dos proprietários da empresa contratante", informou a polícia.

O nome do proprietário do veículo e da empresa que contratou o transporte irregular não foram divulgados. O UOL tentou localizá-los, mas não conseguiu.

A investigação das irregularidades flagradas pela PRF será feita pelo Ministério Público do Trabalho. Os responsáveis podem receber penalidade administrativa, com lavratura de autos de infração, além de punições civis e penais.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no último parágrafo deste texto, a investigação das irregularidades flagradas pela PRF será feita pelo Ministério Público do Trabalho, e não pelo Ministério do Trabalho. A informação foi corrigida.