Polícia investiga agressão de prefeito a historiador no interior de SP
A Polícia Civil de Sete Barras, no interior de São Paulo, investiga a denúncia de agressão feita por um funcionário público contra o prefeito da cidade, Dean Alves Martins (MDB), de 56 anos. O historiador Enio de Souza Junior, de 42 anos, afirma que o prefeito o agrediu com chutes e voadora no dia 12 de novembro. Os golpes teriam quebrado o braço e duas costelas da vítima. A ocorrência foi registrada como lesão corporal e injúria na Delegacia de Polícia de Sete Barras.
As agressões teriam ocorrido por volta das 22h, segundo a versão apresentada à polícia. O servidor voltava para casa depois de ir a uma sessão da Câmara da cidade quando resolveu ir, acompanhado de um amigo, a um bar que fica nas proximidades da Câmara. No local, acabou encontrando o prefeito da cidade.
"Eu sou historiador, fui ver algumas fotos antigas em um bar de um conhecido. Quando estava lá, ele chegou e começou a me xingar, disse que eu não era homem, que eu era safado, essas coisas. Acabei indo embora para evitar brigar, mas quando estava saindo levei uma voadora pelas costas", disse o homem, que caiu ao chão. "Aí só senti o monte de bicuda nas costas, na cabeça, nas costelas, em todo lugar", completou.
Junior afirmou que as agressões teriam acontecido por conta de desavenças políticas entre ele e o prefeito. "Eu sou muito crítico, até pela minha formação de historiador, e ele não aceita. Infelizmente, como já fez em muitas outras situações, com outras pessoas, levou minhas críticas como ofensa pessoal e apelou para a violência para me calar", conta.
Procurada, a Polícia Civil de Sete Barras informou que investiga o caso. A reportagem procurou o prefeito Dean Martins. Segundo Márcio Aubim, que responde pela assessoria jurídica do prefeito, o chefe do Executivo "nega as acusações de agressão e que as medidas judiciais cabíveis ao caso estão sendo tomadas".
"Corpo todo doendo"
Junior, que está em férias do trabalho na prefeitura, afirmou ainda que ficará pelo menos três meses afastado das funções para a recuperação médica. "Eu estou arrebentado, com o corpo todo doendo", disse.
Depois de registrar o boletim, ele foi ao Ministério Público e fez uma representação pedindo a apuração dos crimes. Como a qualificação do crime foi de lesão corporal e injúria, Junior tem que declarar à Justiça que quer ver o prefeito processado para o processo seguir em frente.
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