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Pai é preso e assume assassinato do filho de 1 ano; corpo não foi achado

Paulo Roberto de Caldas Osorio, 45, confessou ter matado o filho - Reprodução/Redes sociais
Paulo Roberto de Caldas Osorio, 45, confessou ter matado o filho Imagem: Reprodução/Redes sociais

Jéssica Nascimento

Colaboração para o UOL, em Brasília

04/12/2019 19h09

Um homem foi preso na região de Alagoinha (BA) na manhã desta quarta-feira (04), suspeito de sequestrar e matar o próprio filho de 1 ano e 11 meses. A Delegacia de Repressão a Sequestros (DRS) informou que Paulo Roberto de Caldas Osorio, 45, confessou o crime, mas o corpo do menino ainda não foi encontrado. O homem também matou a mãe nos anos 1990.

O bebê era fruto de um relacionamento de Osório com a advogada Tatiana da Silva, 30. Os dois foram casados por três anos e se separaram assim que a criança nasceu. Na última sexta-feira (29), o suspeito buscou o filho em uma creche, na região da Asa Sul, centro de Brasília. O combinado era que devolveria o menino no mesmo dia, mas, por volta de 20h, ele enviou uma mensagem para Tatiana, informando que iria fugir com a criança.

"Ele (suspeito) sempre foi tranquilo e presente na vida do meu filho. Era louco com o Bernardo. Meu filho também ama muito o pai. Como nunca tive problema, o Paulo pegava meu filho quando queria na creche e depois devolvia. Na quarta-feira passada, por exemplo, ele buscou o menino e devolveu normalmente", disse a advogada ao UOL.

Após receber a mensagem, a mulher procurou a delegacia para registrar boletim de ocorrência. Na noite de domingo, o homem voltou a entrar em contato dizendo que ela nunca mais iria ver o filho. A mulher acredita que a depressão do ex-marido tenha feito ele cometer o sequestro.

Bernardo, de 1 ano e 11 meses, que teria sido assassinado pelo próprio pai - Reprodução/Redes sociais - Reprodução/Redes sociais
Bernardo, de 1 ano e 11 meses, que teria sido assassinado pelo próprio pai
Imagem: Reprodução/Redes sociais
"Ele entrou em depressão depois que o pai morreu, no começo desse ano. Fiquei sabendo que ele está afastado do trabalho há 90 dias, por orientações médicas. Acho que foi isso. Mas ele não matou meu filho. Tenho certeza que o Bernardo está escondido na casa de alguém. Enquanto não encontrarem o corpo do meu filho, ainda tenho esperança", disse emocionada Tatiana.

Paulo Osório é servidor do Metrô, na estação da 112 Sul. Em nota, a empresa informou que o suspeito é empregado da empresa e não comentará o assunto, uma vez que os fatos narrados não se "relacionam com suas atividades na Companhia."

Prisão

Em um vídeo cedido pela Polícia Civil, o suspeito confessou o crime. Disse que dopou a criança com medicamentos, colocou ela no carro e seguiram viagem para a Bahia. No meio do caminho, ele contou que o menino teria morrido e ele decidiu jogar o corpo na rodovia que liga Formosa-GO a Luis Eduardo Magalhães-BA.

Ainda no depoimento, Paulo disse que tinha a intenção de dar "um susto" na mãe da criança. Ele contou que para fazer o bebê dormir durante o trajeto, dissolveu quatro comprimidos de medicamento controlado — que ele toma por causa da depressão — no suco de Bernardo e deu ao garoto ainda em Brasília. Como ele não teria dormido, voltaram para casa onde o filho vomitou e dormiu.

No trajeto, ao parar para abastecer, o suspeito teria percebido que o menino estava "molenguinho". "Coloquei o ouvido no peito dele e não senti o coração", disse durante o depoimento. Ele então teria decidido jogar a cadeirinha com o garoto para fora do carro.

"A Polícia da Bahia faz buscas pela região com helicóptero, cães farejadores. Porém, até agora, nenhum vestígio do corpo foi localizado. Nós acreditamos que o menino tenha sido morto ainda na casa do pai, na Asa Sul. Encontramos vômitos da criança na residência", afirmou o delegado Leandro Ritt.

Suspeito matou a mãe

Paulo Roberto de Caldas Osorio já ficou preso por 10 anos após matar a própria mãe, nos anos 1990. Ele ficou na ala psiquiátrica do presídio e foi colocado em liberdade. Aos policiais, o homem contou que a mãe chegava de uma caminhada no parque.

"Ele teria pensado que se tratava de um ladrão e a golpeou a facadas. Depois, enforcou-a com uma corda e ateou fogo no corpo", disse o delegado Leandro Ritt.

O UOL não conseguiu localizar a defesa do suspeito.