Adolescentes ajudaram a esquartejar e ocultar corpo de Matheusa, diz jornal
Dois adolescentes ajudaram a ocultar o corpo de Matheusa Passareli. De acordo com o jornal O Globo, a revelação foi feita pelo traficante Manuel Avelino de Sousa Junior, acusado de matar a estudante, à Polícia Civil.
Os jovens fazem parte da quadrilha que comanda a venda de drogas no Morro do Dezoito, na Zona Norte do Rio.
"Dois 'menor' que estavam lá me ajudaram a levar o corpo. Um está na boca e outro não está. São irmãos. Moram lá em cima do morro", disse Manuel, em relato gravado no dia 28 de maio na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).
Apesar de descobrir o nome dos adolescentes, a polícia não chegou à identidade completa deles.
Manuel Avelino de Sousa Junior, em depoimento revelado pelo Extra, disse que deu dois tiros em Matheusa após ela "tentar tirar o fuzil" do traficante.
"Tribunal do crime"
Em janeiro, a Polícia Civil concluiu que a estudante trans havia sido morta por traficantes no Morro do Dezoito após tentar tirar o fuzil de um deles enquanto era julgada por um "tribunal do crime".
"No inquérito, concluiu-se que Matheusa se desentendeu com os traficantes locais e tentou pegar a arma de um deles, sendo alvejada e seu corpo ocultado dentro da comunidade", afirmou a Polícia Civil em trecho do inquérito.
A estudante chegou na favela no dia 29 de abril, em surto, após deixar uma festa no bairro do Encantado, a quase 2 km da comunidade. Segundo a polícia, ela falava frases desconexas e estava sem roupa quando foi abordada por criminosos e levada para o alto da favela. Matheusa não soube explicar a eles o que fazia no local.
Dois traficantes suspeitos de ordenar que o corpo fosse incinerado chegaram a ter a prisão decretada pela Justiça: Genilson Pereira, conhecido como "GG", e Messias Texeira, chefe do tráfico do Morro do Dezoito. Eles foram acusados de homicídio doloso e ocultação de cadáver. GG morreu em março durante confronto com a Polícia Militar em Água Santa.
De acordo com a polícia, Matheusa foi baleada, esquartejada e incinerada.
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