Protesto acende velas aos pés de PMs e pede fim da violência contra bailes
Em protesto articulado pela Coalizão Negra, que reúne 130 entidades do movimento negro, cerca de 1.500 pessoas pediram nesta tarde o fim da violência contra bailes funk em São Paulo. A morte de nove jovens em Paraisópolis no último fim de semana foi o mote da manifestação.
Cantando o Rap da Felicidade ("Eu só quero ser feliz,..."), clássico do funk carioca, os manifestantes acenderam velas em homenagem às vítimas de Paraisópolis e as colocaram aos pés dos policiais militares que guardavam a sede do edifício da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, no centro da cidade.
Eles também pediram o "fim da Polícia Militar do genocídio do povo negro" e afirmaram que os bailes são uma das principais fontes de diversão da periferia e reivindicaram segurança para os eventos.
Além de Paraisópolis, os manifestantes lembraram episódios de violência que resultaram na morte e prisão de vários MCs e na repressão violenta aos "proibidões" -- (bailes realizados na rua sem autorização.
Parentes de vítimas
Fernanda Santos, irmã de Denys Guilherme dos Santos Franco, 16, a primeira vítima a ser reconhecida, disse que a família buscará Justiça.
Depois do incidente, um post de Denys nas redes sociais viralizou: ele disse que era "um favelado" de quem a mãe se orgulharia.
"Dennys nos orgulha muito", afirmou Fernanda.
Segurança, não violência
A vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Graça Xavier, defendeu que o Estado deve trocar a violência por organização.
"Se de fato o Estado quer resolver a questão, chamem as organizações dos bailes para conversar, mas para organizar, definir hora de começar e acabar e com a polícia lá para ajudar, para dar segurança, não para matar", disse Graça.
Além do movimento negro, o protesto teve participação de Movimentos de Direitos Humanos, partidos políticos de esquerda, movimento estudantil, movimentos sociais e de moradia e centrais sindicais.
A realização do protesto, que ocorreu das 17h30 às 20h e o fechamento da rua Líbero Badaró foram garantidos após negociação entre o Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), OAB e o comando do batalhão da PM que presta segurança ao prédio.
O contingente policial contava com um coronel, dois majores e um capitão. Um membro da OAB afirmou que a presença dos oficiais foi para garantir que não houvesse violência na repressão ao protesto. Cerca de 50 homens estiveram mobilizados.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.