Polícia investiga se corpo carbonizado em carro com tiros é de desaparecida
A Polícia Civil de São Roque (a 70km de São Paulo) vai aguardar um exame de DNA para confirmar se o corpo carbonizado encontrado dentro de um carro ontem na cidade é da motorista de transporte por aplicativo Amanda Pereira Agostinho Giovannetti, 29. Ela desapareceu na manhã de ontem, após supostamente aceitar uma corrida de Limeira (SP) para São Paulo.
O namorado dela, o também motorista Adalberto Junior da Luz Souza, 27, foi quem falou pela última vez com a jovem. Ele disse ao UOL que estava em Guarujá (SP) a trabalho desde terça-feira (14), e que fez uma chamada de vídeo com Amanda no período da noite. Amanda disse que, na manhã seguinte, ia buscar uma passageira para levar a um hospital da capital paulista.
Ao amanhecer, uma nova troca de mensagens, confirmando a corrida. "Ela disse que ia aproveitar o tempo em que a senhora estaria lá fazendo os exames para atender alguns chamados em São Paulo. Ainda falei para tomar cuidado. Às 7h43, quando desci para trabalhar, mandei uma mensagem, e sei que o aplicativo entregou. Às 9h43, perguntei se ela já tinha chegado em São Paulo, e não tive mais resposta. Nem as mensagens ela recebeu", afirmou o namorado.
A mãe de Amanda, que mora em Santos (SP), entrou em contato com ele, dizendo que também não conseguia falar com a filha.
Incêndio, pertences e tiros
Na tarde de ontem, um homem de 66 anos que passava pela Estrada Ernesto Stokler de Lima, no bairro São João Velho, em São Roque, viu um veículo pegando fogo. A Polícia Rodoviária e o Corpo de Bombeiros foram acionados.
Quando o incêndio foi controlado, um corpo foi localizado, carbonizado, na parte de trás do veículo. Junto, um colar, uma pulseira, um relógio e um celular parcialmente queimado. A identificação visual não foi possível. A perícia encontrou um cartucho de pistola semiautomática e marcas de tiros.
Uma das placas do veículo não tinha sido destruída, e foi com ela que a polícia chegou até a mãe da motorista, dona do carro. Ela contou que a filha estava incomunicável desde o período da manhã. Hoje, ela foi ao IML de Sorocaba (SP), onde o corpo está, reconheceu os objetos encontrados como sendo de Amanda, e coletou amostras de DNA, que serão comparadas com as do corpo carbonizado.
O prazo para finalização do laudo varia de 80 a 90 dias, informação que revoltou a família. "Se realmente for a Amanda, já não poderíamos fazer um velório digno por causa da situação em que o corpo foi encontrado, e ainda temos que esperar tudo isso para só depois ver o que vamos fazer", lamentou Adalberto.
Empresa diz que Amanda não estava em corrida
Amanda trabalhava para o aplicativo 99 havia 10 meses. Em nota, a empresa diz que se solidariza com a família da vítima e que está à disposição da polícia para prestar quaisquer esclarecimentos. A 99 ainda informou que, pelo sistema de dados, Amanda não estava em uma corrida no momento do suposto crime.
"Pela apuração da empresa, sua última corrida aconteceu no dia 14 de janeiro e terminou sem intercorrências. Assim, não há indícios de que estava em corrida pela plataforma no momento do ocorrido", afirma a companhia. Segundo o namorado, os dois trabalhavam apenas com este aplicativo.
A Polícia Civil ainda tem poucas informações sobre o que realmente aconteceu. O boletim de ocorrência foi registrado como homicídio qualificado. A estrada onde o carro foi encontrado fica próxima à divisa com Itapevi (SP). A investigação vai procurar se há câmeras de monitoramento nos acessos à via e até nas saídas e entradas das cidades para tentar traçar o caminho feito pelo veículo, e se realmente era Amanda que estava dirigindo.
Como ainda não há confirmação da identidade do corpo, o enterro só será realizado após o resultado do exame de DNA.
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