MG informa quarta morte suspeita de intoxicação por cerveja da Backer
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais informou, no início da noite de hoje, que quatro pessoas morreram sob suspeita de intoxicação por dietilenoglicol, uma substância identificada em cervejas da marca Backer.
A fabricante afirma que não emprega esse componente em sua linha de produção, mas um similar (monoetilenoglicol) no processo de resfriamento dos tanques. Professores afirmam que uma substância pode se transformar em outra por reações químicas.
Segundo a secretaria, as mortes que se relacionam à intoxicação são:
- Uma mulher que morreu na cidade de Pompéu em 28 de dezembro
- Um homem que estava internado em hospital de Juiz de Fora e morreu em 7 de janeiro; foi identificado dietilenoglicol em seu sangue
- Um homem que morreu em 15 de janeiro em Belo Horizonte
- Um homem que morreu nesta quinta (16), também em Belo Horizonte
"Estes pacientes estão entre os casos suspeitos e a confirmação sobre a causa da morte depende do resultado de análises laboratoriais", afirmou a pasta, por meio de nota oficial.
Casos sob suspeita
A secretaria contabiliza 18 casos suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol.
"Foram notificados 18 casos suspeitos de intoxicação exógena por Dietilenoglicol. Desses, 16 pessoas são do sexo masculino e duas do feminino. Quatro casos foram confirmados e os 14 restantes continuam sob investigação, uma vez que apresentaram sinais e sintomas com relato de exposição", informou a pasta.
Dos 18 casos, 12 se concentram em Belo Horizonte. Os demais estão, cada um, em outras cidades mineiras:
- Nova Lima
- Pompéu
- São João Del Rei
- São Lourenço
- Ubá
- Viçosa.
Lotes interditados
Hoje, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), informou que o números de lotes contaminados por dietilenoglicol aumentou para 21, são eles:
- Backer D2 L1 2007
- Backer Pilsen L1 1549
- Backer Pilsen L1 1565
- Belorizontina L2 1197
- Belorizontina L2 1348
- Belorizontina L2 1354
- Belorizontina L2 1455
- Belorizontina L2 1464
- Belorizontina L2 1474
- Belorizontina L2 1487
- Belorizontina L2 1546
- Belorizontina L2 1557
- Belorizontina L2 1593
- Belorizontina L2 1604
- Belorizontina L2 1604
- Brown 1316
- Capitão Senra L2 1571
- Capitão Senra L2 1609
- Capixaba L2 1348
- Fargo 46 L1 4000
- Pele Vermelha L1 1345
- Pele Vermelha L1 1448
Operação da Polícia em fornecedora de substância
Também hoje, a Polícia Civil de Minas Gerais foi até galpão da empresa que fornece monoetilenoglicol para a cervejaria Backer, no bairro Vila Paris, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
"Hoje viemos aqui com mandados de busca e apreensão a empresa fornecedora, recolhendo amostras, recolhendo alguns documentos para dar continuidade a operação. São produtos que envolvem toda cadeia investigativa, da própria contaminação inclusive," disse o delegado Flavio Grossi, titular das investigações.
A suspeita é de que o dietilenoglicol, mais barato porém mais tóxico, pudesse ter sido adicionado ao monoetilenoglicol. Nenhuma das substâncias utilizadas no resfriamento da cerveja pode ter contato com a bebida.
"Em decorrência das últimas evidências obtidas a recomendação vigente é de que, por precaução, nenhuma cerveja produzida pela Cervejaria Backer, independente de marca e lote, seja consumida", informou a secretaria.
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que o inquérito que investiga a contaminação das cervejas por dietilenoglicol está em andamento. Hoje, duas pessoas foram ouvidas na 4ª Delegacia de Polícia Barreiro, onde tramita o procedimento.
"Paralelamente, investigadores, peritos do Instituto de Criminalística e funcionários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento realizaram novas pericias na cervejaria", informou a polícia.
Comerciantes não podem vender
Em nota, o MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) informou que comerciantes não devem fornecer nem comercializar nenhuma cerveja produzida pela Backer. A decisão ocorreu após reunião realizada na sede do Procon.
A determinação é de que os produtos fiquem separados, devidamente identificados e sob a guarda do responsável pelo estabelecimento até a conclusão das investigações. Além disso, em hipótese alguma, esses produtos poderão ser descartados, seja no lixo comum ou em qualquer outro local.
As substâncias
Duas substâncias tóxicas encontradas em lotes da cerveja Belorizontina, marca da empresa Backer, são suspeitas de terem causado a morte de quatro pessoas e levado ao menos outras 14 a buscar tratamento em Minas Gerais desde o fim do ano passado.
Consumidores da cerveja afetados pelas substâncias tiveram um quadro clínico que foi chamado de síndrome nefroneural, que ataca os sistemas renal e neurológico.
O dietilenoglicol e o monoetilenoglicol, substâncias tóxicas encontradas na cerveja, costumam ser usados no resfriamento da bebida durante a produção, mas sem entrar em contato com o produto.
O Ministério da Agricultura anunciou nesta quarta (15) que identificou a presença do dietilenoglicol na água utilizada na produção da bebida.
A pasta confirmou que a contaminação aconteceu dentro da fábrica, mas disse estar investigando se houve sabotagem, vazamento ou uso indevido.
O que diz a Backer
Na terça-feira (14), a diretora de marketing da cervejaria Backer, Ana Paula Lebbos, pediu que consumidores não bebam a cerveja Belorizontina, independentemente do lote. O alerta vale também para a marca Capixaba, nome dado à mesma cerveja no Espírito Santo.
"O que quero agora é que não bebam a Belorizontina, qualquer que sejam os lotes, por favor. Quero que meu cliente seja protegido. Não beba Belorizontina. Não sei o que está acontecendo", disse.
A Backer estruturou uma equipe especializada para prestar assistência e fornecer o apoio necessário aos pacientes e seus familiares. O canal para esse contato direto é o telefone (31) 3228-8859, das 8h às 17h.
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