Após morte de dono, cão fica ao lado de corpo: 'inseparáveis', diz irmã
Um cão roubou a cena após um homicídio ocorrido em Santana do Livramento, cidade de pouco mais de 84 mil habitantes na fronteira com Uruguai e a 494 quilômetros de Porto Alegre. Após o dono ser morto, Scooby ficou ao lado do corpo até ser removido do local, horas depois.
O crime ocorreu na madrugada da última quarta-feira (12) em uma parada de ônibus. Imagens de câmeras de segurança, que não foram repassadas pela polícia, mostram Auri Rogério Lemes Mendes, 36 anos, sendo golpeado diversas vezes por outro homem. Scooby aparece em volta dos dois e, depois do crime, aparece correndo atrás do suspeito.
"Foi uma atitude natural, instintiva do animal. É um pouco da fidelidade do cachorro", contou a delegada Giovana Müller, que investiga o caso. Um homem de 26 anos foi apontado como suspeito e, ao ser abordado, negou participação no crime. Entretanto, testemunhas o reconheceram e ele foi preso em flagrante por homicídio simples. Contra ele havia também um mandado de prisão preventiva por crimes de roubo e tentativa de homicídio.
Análise preliminar da perícia apontou que Mendes foi golpeado por um objeto "condizente com uma chave de fenda", segundo a delegada. Entretanto, o utensílio não foi localizado após o crime. Devido à morte do filho, a mãe dele teve que ser hospitalizada, mas já recebeu alta. O sepultamento dele ocorreu na quarta-feira.
"Andavam sempre juntos", conta irmã
Scooby era companhia de Mendes há cerca de dois anos. "Eram inseparáveis, andavam sempre juntos. Ele sempre foi muito cachorreiro", conta a irmã de Mendes, Debora Lemes del Cueto, 30. Ela conta que o irmão trabalhava como reciclador e passava o dia caminhando com o cão. Os dois chegaram a morar na rua, mas atualmente Mendes estava residindo na casa de um amigo.
Após o crime, a família tentou levar Scooby para casa. Entretanto, o amigo de Mendes afirmou que o cão era dele e se recusou a entregar o animal, segundo a irmã da vítima. "A gente até tentou comprar o cachorro, mas ele não quis. Por fim, a gente avaliou que, talvez, o Scooby não iria se adaptar com a gente, já que passa o dia inteiro caminhando, nas ruas." A família se comprometeu a garantir assistência veterinária ao Scooby mesmo não morando com eles.
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