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Pai acusa Latam de abuso sexual a filho durante conexão de viagem aos EUA

Caso teria acontecido em 2018 após menino ter perdido conexão e ser levado a hotel - Getty Images
Caso teria acontecido em 2018 após menino ter perdido conexão e ser levado a hotel Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

20/02/2020 18h07Atualizada em 20/02/2020 18h16

Um norte-americano protocolou na última segunda-feira (17) um processo contra a companhia aérea Latam, afirmando que seu filho de 6 anos foi sexualmente abusado por um funcionário da empresa em uma viagem entre Brasil e Estados Unidos.

As informações foram veiculadas ontem pela agência The Associated Press (AP). O caso foi registrado em um tribunal federal da cidade de Orlando, no estado da Flórida. Os nomes dos envolvidos não foram publicados.

Em 2018, a criança foi colocada pela mãe em um voo de Belo Horizonte para São Paulo. O menino viajava com o serviço de acompanhamento de menor de idade, oferecido pela companhia, e seria alocado no aeroporto de Guarulhos em um voo para Orlando.

Para tal, o menino viajava com seus passaportes (de Brasil e EUA) e documentos referentes à viagem em um envelope plástico presos a um cordão em seu pescoço. No entanto, o envelope foi removido por uma comissária, que colocou os documentos na mochila do garoto.

Segundo a agência de notícias, o garoto foi entregue em Guarulhos, SP, a outro funcionário da companhia. A comissária, porém, não informou onde estavam os documentos do menor. Como a documentação não foi encontrada, a Polícia Federal não permitiu o embarque no voo para os EUA.

Uma vez que os documentos só foram achados após a decolagem do avião que ia para a Flórida, a Latam teria hospedado o passageiro em um hotel, onde quatro funcionários se revezaram durante 15 horas em sua supervisão. De acordo com o processo, foi então que um dos funcionários abusou sexualmente do menino.

"A LATAM e o setor de aviação civil em geral tinham conhecimento real do risco para menores desacompanhados durante longas escalas, e que menores desacompanhados que são tratados de forma negligente podem resultar em ataques a crianças", diz o processo, segundo a AP.

Procurada pelo UOL, a Latam informou em nota que não foi notificada a respeito do processo, mas se coloca à disposição para colaborar com as investigações. Além disso, a empresa declarou que "apurações criteriosas foram realizadas" na época, constatando apenas a perda da conexão e o atraso na entrega da bagagem da criança.

Confira a nota:

"A LATAM Airlines Brasil afirma que não foi notificada de nenhum processo judicial. No entanto, está atenta a qualquer alegação dessa natureza e, desde já, se coloca à disposição para colaborar."

"Com relação à reclamação de 2018, informa que apurações criteriosas foram realizadas a época e não foram constatados quaisquer dos fatos, além da perda de conexão e atraso na entrega da bagagem do menor."

"A companhia conta com equipe altamente qualificada e treinada, e tem protocolos internacionalmente aplicados a seus processos de serviço. Adicionalmente, a empresa tem valores e princípios constantes de seu Código de Conduta e um robusto Programa de Compliance."

"A LATAM Airlines Brasil informa que repudia veementemente qualquer tipo de violência e adota medidas para assegurar o bem-estar e a integridade dos passageiros. Esse é um valor imprescindível para a companhia, reforçado diariamente em todas as suas operações."

Ouça o podcast Ficha Criminal (https://noticias.uol.com.br/podcast/ficha-criminal/), com as histórias dos criminosos que marcaram época no Brasil.

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