Amyr Klink diz que confinamento em casa é pior do que ficar sozinho no mar

Acostumado a longos períodos de isolamento, o navegador e escritor Amyr Klink disse, em entrevista para a TV Globo, que o atual confinamento em casa por causa da pandemia do novo coronavírus é mais duro de enfrentar.

Segundo ele, a principal diferença está na perspectiva espacial e temporal, já que a quarentena é cumprida em um mesmo lugar e sem uma data final estabelecida.

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"Minha primeira experiência de solitude foi em uma travessia de barquinho, mas é um confinamento diferente do que estamos vivendo porque era voluntário. Agora estamos passando por uma experiência, embora tenha passado por tantas outras, um tanto dura, um confinamento estático e compulsório", disse.

"A gente não tem um porto a chegar e o que incomoda mais é não saber quanto tempo vamos ficar nessa situação", completou.

Segundo Amyr Klink, o isolamento durante a navegação é mais prazeroso. "É um tipo de isolamento que dá mais prazer, você está indo para algum lugar, é dinâmico, apesar de ser um lugar pequeno. Ficar em casa é um pouco mais difícil, situação engraçada, totalmente incomum, é a primeira vez... Nunca imaginei essa situação", afirmou.

Amyr Klink ainda destacou a importância da rotina e da disciplina para os momentos de isolamento. Hoje, a recomendação em muitas cidades brasileiras é não sair de casa para evitar a disseminação do novo coronavírus.

"Eu penso que é fundamental construir uma rotina, não gostamos da palavra, mas faz uma diferença muita grande. Construir uma rotina, determinar horário para as tarefas faz com que passe mais rápido e o dia seja mais produtivo. Exatamente para não ficar à deriva e a mercê do tempo", disse.