Prefeitura do Rio determina que moradores usem máscara para sair às ruas
A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que, durante a pandemia do novo coronavírus, os moradores da cidade deverão utilizar máscaras para sair às ruas. A medida foi anunciada hoje pelo prefeito Marcelo Crivella (Republicanos).
A decisão foi tomada após reunião virtual na manhã de hoje entre Crivella e um comitê formado por médicos, representantes de hospitais públicos e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), durante a qual outras medidas foram debatidas.
O decreto a ser editado determinará que os funcionários de estabelecimentos ainda em funcionamento usem máscaras, que deverão ser fornecidas pelo próprio estabelecimento. Servidores públicos municipais também terão que usar máscaras, fornecidas pela Prefeitura.
Para facilitar o cumprimento do decreto, a Prefeitura promete distribuir 1,8 milhão de máscaras, que estão sendo produzidas por 500 profissionais de costura contratados pela Secretaria de Assistência Social.
"A partir de agora, por meio de um decreto, fica proibido o trânsito nas ruas sem o uso de máscara. Eu peço a todos que precisam sair de casa que usem máscara. Podem ser essas que estão na internet, feitas em casa, com tecido e um elástico atrás da orelha. Já fizemos um sacrifício grande, faltam poucas semanas para a gente vencer essa curva e retomar nossas atividades", anunciou Crivella.
Na deliberação da manhã de hoje, o comitê pediu à Prefeitura que mantenha o isolamento social pelo menos por mais duas ou três semanas, de maneira a possibilitar o atendimento médico de pacientes com suspeita ou confirmação da covid-19.
Em entrevista coletiva, Crivella reforçou o pedido para que as pessoas usem máscaras nas ruas, e endossou o apoio ao afastamento físico.
"Nós precisamos manter o nosso afastamento social. Pediram também que nós estudássemos novas medidas a serem implementadas, para que não diminuísse, sob hipótese alguma, esses números calculados pelo COR (Centro de Operações do Rio), que são de 70% na redução da circulação nas ruas e 80% nos transportes", disse Crivella na coletiva.
"Essa, infelizmente, não é a realidade nas nossas comunidades. Nas comunidades, não está havendo o afastamento social que nós tanto preconizamos", acrescentou.
Leitos privados
A Prefeitura do Rio ainda anunciou que contratará leitos hospitalares privados para o tratamento da covid-19 caso a ocupação da rede municipal chegue a 100%. Segundo Crivella, a iniciativa tem como objetivo manter os cuidados de saúde enquanto uma leva de equipamentos não chega à cidade — o que deve acontecer entre abril e maio.
"Estamos chegando ao momento crítico de enfrentamento dessa doença. Todo o sacrifício que fizemos não pode ser jogado fora agora que a curva (de casos) se acelera", disse o prefeito do Rio. "Fazendo uma comparação, estamos construindo nossa arca, e não é possível que, por imprudência, a gente antecipe o dilúvio. Nós temos que estar com a arca pronta para quando o dilúvio chegar, que é o ponto máximo de inflexão da curva de contaminação", acrescentou, com uma metáfora bíblica.
De acordo com Crivella, a Prefeitura publicará um edital para pagar por leitos em hospitais particulares no caso de as unidades do município ainda não estarem inteiramente equipadas.
"Vamos contratar leitos privados neste período em que ainda não estiverem equipados, dependendo da chegada dos aparelhos da China, o hospital de campanha no Riocentro e o Ronaldo Gazolla, em Acari. Vamos publicar um edital para isso. Não vamos arrestar, vamos pagar o mesmo que o governo federal estipulou, para termos a garantia de que o colapso não vai chegar nesse momento", avisou.
De acordo com dados divulgados pelo Governo do Rio de Janeiro, a capital fluminense tinha, até ontem, 2659 diagnósticos confirmados do novo coronavírus.
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