Após atraso, ato pró-Bolsonaro reúne cerca de cem pessoas no centro de SP
A manifestação favorável ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizada hoje em São Paulo levou cerca de cem pessoas ao viaduto do Chá (centro da cidade). O evento estava marcado para começar às 13 horas e atrasou em uma hora. Mauro Reinaldo, um dos organizadores, justificou o atraso dizendo que as pessoas estavam almoçando.
A PM (Polícia Militar) não quis fazer uma estimativa de público, mas cerca de 70 pessoas se faziam presentes no novo horário. Um homem do alto do caminhão de som reconheceu que não se tratava de um grande protesto.
"Somos poucos, mas onde tiver uma ou duas pessoas, lá estarei. Foi o que disse nosso presidente, Jair Messias Bolsonaro".
Um dos organizadores do evento, o major Costa e Silva admitiu que esperava mais pessoas na manifestação. Ele estimou que, durante todo o ato, entre 150 e 200 pessoas demonstraram apoio ao presidente. "Realmente, esperava mais gente", lamentou. O major afirmou que o clima não contribuiu, com chuva e temperatura mais baixa que em dias anteriores, e que também houve mudança do local. A avenida Paulista era a primeira opção para o protesto.
Costa e Silva disse que havia percebido nas redes sociais o receio de muitos apoiadores do governo federal em ir ao centro da cidade. E afirmou que está preocupado porque muita gente se acomodou após a vitória na eleição.
"Muitos apoiadores acham que a luta acabou com a eleição do presidente. Se ficar acomodado dentro de casa, vamos perder tudo que conquistamos."
O ato repetiu estética comum nos protestos a favor do presidente. Pessoas de verde e amarelo, estampas militares e carregando bandeiras do Brasil.
Os bolsonaristas pediam o fim do isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus e criticaram outros Poderes por "não deixarem Bolsonaro governar".
Dora Malta, 65 anos, se orgulha de ter participado de todas as manifestações desde que o presidente tomou posse.
Tinha a intervenção militar com Bolsonaro no poder como principal bandeira. Ela reclamou do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que deveria sofrer impeachment, na avaliação dela, e do Supremo Tribunal Federal.
"Quero que esse tranca-rua [Doria] saia fora. E os ministros do STF ou saiam ou deixem o presidente legítimo governar."
Outra manifestante, Rosana Lima, com uma bandeira do Brasil sobre o corpo e parte do rosto coberto, também protestava porque "não liberavam" o remédio para a covid-19.
Faixas irregulares
Para evitar confrontos nos protestos, a Secretaria de Segurança Pública proibiu uma série de itens nos atos, incluindo faixas com hastes. A manifestação favorável ao presidente tinha dezenas destas faixas, que eram esticadas a partir de 12h30 no viaduto do Chá.
Três estavam estendidas quando a Polícia Militar chamou a organização para um canto e tratou do assunto. As faixas que já estavam abertas foram mantidas, mas as demais foram recolhidas no caminhão de som. O oficial da PM que cuidou do caso não quis dar declarações.
A organização do ato informou que parou de esticar as faixas porque causaria poluição visual. As mensagens das faixas continham pedidos de impeachment do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e apoio ao presidente da República.
De acordo com o major Costa e Silva, as determinações da PM são sempre seguidas.
"Nós tiramos as faixas a pedido da PM. Atendemos a solicitação porque sempre seguimos o que determina o poder público e, sobretudo, a Polícia Militar. Retiramos para dar exemplo. Sempre demos exemplo", afirmou.
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