Ao menos quatro pessoas morrem em 'ciclone bomba' em SC e no RS
Ao menos quatro pessoas morreram após a formação de um "ciclone bomba" (ou ciclone extratropical) hoje no Sul do país. Três óbitos ocorreram em Santa Catarina, e um quarto, no Rio Grande Sul, em decorrência do fenômeno que provoca chuvas torrenciais, queda drástica nas temperaturas e ventos de mais de 100 km/h — de acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina, os ventos chegaram a 120 km/h.
Também foram registrados destelhamentos de casas, quedas de árvores e postes e falta de luz. Não se descarta a ocorrência de temporais amanhã nos dois Estados.
Em Santa Catarina, as mortes aconteceram em Chapecó, Santo Amaro do Imperatriz e Tijucas — as duas últimas cidades ficam na Grande Florianópolis, e a primeira a 556 quilômetros de distância da capital.
Em Chapecó, uma idosa de 78 anos faleceu após ser atingida por uma árvore. Em Santo Amaro do Imperatriz, um homem — que não teve a idade revelada à imprensa — perdeu a vida após ser atingido por fios de alta tensão. Já em Tijucas, outro homem morreu após a queda de uma estrutura que não foi especificada.
No Rio Grande do Sul, um homem de 53 anos morreu após ser soterrado em um deslizamento de terra devido ao temporal. O caso aconteceu em Nova Prata, na Serra, no final da manhã. Vanderlei Oliveira chegou a ser socorrido pelos Bombeiros embaixo de um tapume, mas acabou não resistindo e veio a óbito. Ele trabalhava em uma construção.
Em SC, 35 cidades relataram estragos
Ao menos 35 municípios catarinenses comunicaram estragos pelo temporal. Conforme a Defesa Civil, os ventos chegaram a 120 km/h no Morro da Igreja, no Parque Nacional de São Joaquim, localizado na divisa entre os municípios de Bom Jardim da Serra, Orleans e Urubici. Há rodovias que ainda registram bloqueio devido à queda de árvores.
O temporal deixou 1,4 milhão de consumidores sem luz em SC, de acordo com as Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc). Além disso, o cabo de fibra ótica da operadora Oi foi rompido, o que deixou clientes sem internet e telefone, segundo a concessionária de energia.
No Rio Grande do Sul, seis cidades registraram estragos, segundo último boletim da Defesa Civil divulgado às 17h de hoje.
Em Iraí, no norte do Estado, houve o destelhamento de cerca de 300 casas. Na cidade, mais de 3 mil metros quadrados de lonas já foram distribuídos e ao menos três pessoas ficaram feridas reparando danos nas moradias. Em Barracão, na mesma região, outras 100 residências e um hospital municipal também tiveram os telhados arrancados.
No RS, há falta de luz na noite de hoje em 145 mil moradias, segundo a RGE — desse total, 71 mil ficam em Erechim, no norte do Estado.
"A RGE está com suas equipes totalmente mobilizadas para restabelecer o fornecimento no menor tempo possível. No entanto, a complexidade dos danos, a dificuldade de acesso em alguns locais e, principalmente, a continuidade da chuva, dificultam o trabalho, impedindo informar uma previsão de retorno da energia", informou a empresa em nota encaminhado ao UOL.
Já a CEEE, outra concessionária que atende o Estado, observou que o corte no fornecimento ocorre em pontos isolados.
Frente fria avança para Sudeste e Centro-Oeste
A Climatempo alertou para a formação de uma frente fria no Sul do país. Segundo o instituto, uma forte queda da pressão atmosférica ocorre entre Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Até a noite de hoje, a frente fria associada com o ciclone extratropical já teria se formado, comunicou o instituto de meteorologia.
O ciclone deve se posicionar sobre o mar, na costa do Rio Grande do Sul, enquanto o ar frio de origem polar vai avançando para o norte da Argentina.
A partir de amanhã, a frente fria deve avançar sobre as regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil e provocar chuva em praticamente todas as áreas de São Paulo e de Mato Grosso do Sul. A temperatura deve cair no dois estados e esfriar mais no Sul do país.
Na madrugada e manhã de quinta-feira (2), pode ocorrer geadas nas serras gaúchas e catarinense e também em Curitiba.
A situação também é de alerta para o mar agitado em toda a área oceânica, perto e longe das praias. Segundo informações da Marinha, as ondas podem alcançar de 5 a 9 metros em alto mar. Nas praias do Chuí até Florianópolis, as ondas podem chegar até 4 metros, com ressaca.
A MetSul afirmou que uma ciclogênese explosiva, também conhecida como "bomba meteorológica" ou "ciclone bomba", deve trazer chuva intensa para parte da região, tempestades isoladas e muito vento.
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