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MPF denuncia 'Rei do Ônibus' em esquema de pagamento de propina ao TJ-RJ

Jacob Barata Filho é acusado de pagar propina a desembargador do Rio de Janeiro - Daniel Marenco/Folhapress
Jacob Barata Filho é acusado de pagar propina a desembargador do Rio de Janeiro Imagem: Daniel Marenco/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

16/07/2020 12h17

O MPF (Ministério Público Federal) denunciou ontem o empresário Jacob Barata Filho, conhecido como "Rei do Ônibus", por participação em um esquema de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas no setor de transportes públicos no estado do Rio de Janeiro.

Além de Barata Filho, o MPF também ofereceu denúncia contra o desembargador do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) Mário Guimarães Neto, a advogada Gláucia Iorio de Araújo Guimarães, esposa do desembargador Guimarães Neto, os empresários Miguel Iskin e José Carlos Reis Lavouras, o presidente do Conselho Superior do Sindicato Rio Ônibus, João Augusto Morais Monteiro, e o doleiro Carlos Eduardo Caminha Garibe também foram enquadrados na denúncia do MPF.

Segundo as investigações, Barata Filho, João Augusto Monteiro e José Carlos Lavouras, que até então atuavam com dirigentes na Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), pagaram propina de R$ 6 milhões para o desembargador a fim de garantir decisões judiciais favoráveis aos interesses dos empresários.

O esquema teria sido intermediado por Gláucia e os pagamentos feitos com dinheiro que provinha de caixa dois do Sindicato Rio Ônibus.

O pagamento pode ter influenciado mais de 40 ações civis públicas que diziam respeito a licitações de linhas de ônibus em todo o estado.

Tentando esconder a origem do dinheiro, Mário Guimarães e Gláucia contrataram o doleiro Carlos Garibe.

Na denúncia, o MPF pede ainda que Mário Guimarães continue afastado dos tribunais até o fim do processo para evitar que ele utilize sua influência para atrapalhar as investigações. Guimarães foi afastado do TJ-RJ em 17 de abril por 90 dias.

Procurada, a defesa de Jacob Barata Filho informou que não irá se pronunciar sobre a denúncia porque ainda não teve acesso à denúncia do MPF.