Parados em blitz, policiais bêbados chamam grupo e geram confusão, diz PM
Resumo da notícia
- Segundo Polícia Militar, condutores com sinais de embriaguez se apresentaram como policiais civis
- Motoristas parados pela PM diziam que estavam voltando de um churrasco em uma unidade da Polícia Civil
- Carros foram apreendidos e policiais levados ao IML para testes após intervenção da corregedoria
Uma blitz de rotina numa das vias mais movimentadas de São Paulo na madrugada deste domingo (13) virou confusão e troca de insultos e ameaças entre integrantes da Polícia Militar, que fazia a operação, e membros da Polícia Civil, que voltavam de um churrasco, alguns embriagados, segundo a PM, e sem documentos. A ocorrência envolveu dezenas de veículos, policiais, delegados e até a corregedoria.
Tudo começou quando um policial do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico) foi parado numa blitz da Polícia Militar sob a Ponte das Bandeiras, na Marginal Tietê, pouco depois da meia-noite, voltando de um churrasco. Embriagado, segundo o Boletim de Ocorrência, o condutor se recusou a entregar documentação. Vinte minutos depois, dezenas de veículos — alguns identificados com placa oficial, e outros não, chegaram ao mesmo local. A PM teve que chamar reforço para conter a confusão que só terminou pouco antes da 5h, após a intervenção da Corregedoria da Polícia e da apreensão de carros.
O veículo parado na blitz da PM foi um HB20 branco, sob a ponte das Bandeiras, sentido bairro, uma importante via na capital paulista que liga as regiões norte e sul da cidade. Segundo o boletim da polícia, o condutor estava "visivelmente embriagado, com diversos sinais notórios", não quis apresentar documentos, e afirmou que era policial civil do Denarc.
Comboio do churrasco
O condutor, depois identificado como policial civil do Denarc, Afonso Ariovaldo Beviani Junior, disse que estava voltando de um churrasco em uma delegacia, sem dizer qual DP era essa, nem entregar documentos. Ele avisou que iria chamar outros policiais que também estavam na confraternização.
Pouco depois, chegou mais um carro, dessa vez, Cobalt cinza, cujo motorista também se apresentou como policial civil do Denarc. Segundo o BO, ele "também estava visivelmente embriagado", não apresentou funcional, nem a CNH, apenas um cartão de autorização informando tratar-se de um carro da Polícia Civil.
CNH era do pai falecido
Quando finalmente o primeiro condutor parado entregou documentação, a PM checou que a HB20 estava em um depósito e que a CNH não só era vencida, desde 2009, como se tratava na verdade de um documento do pai do policial civil, já falecido.
Os dois policiais da Civil se recusaram a fazer o teste do etilômetro, e foram avisados que seriam autuados por dirigir sob influência de álcool e que a ocorrência seria apresentada no 13º DP.
Foi quando chegaram mais de 20 veículos dirigidos por policiais civis. Segundo o BO, o comboio chegou "de forma a intimidar os policiais militares que estavam no bloqueio e começaram e fazer diversas ofensas e xingamentos, ameaçando até partir para agressão física.
Os ânimos só acalmaram depois que um delegado, identificado no BO como Alexandre Inavolli, do 72º DP, passou a intermediar a situação e tentar controlar os policiais civis.
O delegado do 13º DP, Julio Siqueira Gomes, acionou a Corregedoria da Polícia Civil, que conduziu os policiais e veículos envolvidos para a sede do órgão. Segundo a PM, em nenhum momento as armas dos policiais civis foram requisitadas pelos policiais militares.
Corregedoria acionada
O Boletim de Ocorrência narra ainda que entre o acionamento da Corregedoria e sua chegada ao local dos fatos, os policiais civis que encostaram no local abriram o HB20 e retiraram vários pertences, como aparelhos de som e outros objetos.
Segundo a PM, foi requisitado IML para os policiais civis por suspeita de dirigir sob influência de álcool. O delegado corregedor fez outro Boletim de Ocorrência (BOPC nº 137/20) de averiguação de embriaguez ao volante (Art. 306, do CTB). E os veículos permaneceram apreendidos para Corregedoria.
Nota da Secretaria de Segurança Pública
Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública informou que o caso foi registrado na Corregedoria da Polícia Civil.
Segundo a nota enviada, os dois policiais civis realizaram exame para constatação alcoólica e ambos deram negativo. Os agentes foram liberados.
"O órgão corregedor apura todas as circunstâncias relativas à ocorrência e a conduta dos policiais relacionados na ação. As imagens em que policiais aparecem bebendo cerveja e cantando em uma delegacia, que estão circulando pelas redes sociais, também são analisadas para identificar os policiais e, assim, as medidas cabíveis a serem adotadas", disse a Secretaria de Segurança Pública do governo do estado de São Paulo em nota enviada ao UOL.
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