Moradores do Paraná relatam o recebimento de sementes misteriosas da China
Moradores do Paraná estão recebendo pacotes de sementes como "brindes" de produtos comprados pela internet ou até mesmo sem a realização de qualquer encomenda. De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), até hoje foram recolhidos três pacotes que serão encaminhados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
De acordo com a Adapar, dois deles vieram da região de Curitiba e o outro, da região de Paranavaí. Nos três casos, as pessoas relataram que a origem é chinesa, e não se sabe a razão do envio. Ainda, segundo a agência, uma delas havia realizado uma compra pela internet no ano passado e, agora, recebeu apenas as sementes, da mesma origem.
Em nota, a Adapar alerta a população de que essas sementes podem trazer consigo pragas, doenças e plantas daninhas que não existem no país e que, por isso, são capazes de causar graves prejuízos à agricultura e ao meio ambiente.
A instituição de defesa agropecuária orienta que o material não seja aberto, descartado e, muito menos, utilizado. A orientação para quem receber os pacotes é procurar uma unidade da Adapar mais próxima, ou do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O coordenador do Programa de Certificação, Rastreabilidade e Epidemiologia Vegetal da Adapar, Juliano Farinacio Galhardo, reforça o alerta para que as sementes não sejam plantadas, mesmo que pareçam estar sadias.
"Muitas das pragas e doenças que elas podem conter são invisíveis a olho nu, e somente podem ser detectadas por meio de análises laboratoriais. Por isso, a importância de serem entregues à Adapar ou ao MAPA, para providenciar as análises e o descarte adequado, a fim de evitar a introdução de novas pragas no Estado", explica.
Os relatos de sementes vindas da China que chegam a consumidores sem consentimento já datam de meses. Casos foram relatados na Europa e ganharam maior repercussão nos Estados Unidos por causa da tensão atual entre americanos e chineses. No entanto, a hipótese mais provável é a de um simples golpe para conseguir mais vendas na internet, inclusive considerada pela Defesa Sanitária Vegetal catarinense.
Enquanto autoridades americanas já comprovaram em análises que não havia nada de prejudicial nas sementes, foi detectada a existência de uma estratégia de vendedores chineses de usarem dados de consumidores dos Estados Unidos para efetuarem compras falsas pela internet. Com isso, conseguiriam aumentar a classificação positiva dos seus produtos em sites de compra e venda.
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