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Calor de 41,5 °C mata mais de 6 mil frangos após queda de energia em SP

Por conta do calor intenso, milhares de aves morreram após queda de energia no interior de São Paulo - Arquivo Pessoal / Eriston Bellusci
Por conta do calor intenso, milhares de aves morreram após queda de energia no interior de São Paulo Imagem: Arquivo Pessoal / Eriston Bellusci

Marcelo Casagrande

Colaboração para o UOL, em Araçatuba (SP)

01/10/2020 20h15

O forte calor de cerca de 41 graus matou aproximadamente 6 mil aves, ontem, em uma granja que fica em Adamantina — a 588 quilômetros de São Paulo. Os sistemas de ventilação e de nebulização pararam de funcionar após a interrupção do fornecimento de energia, que durou cerca de 4 horas.

"Assim que a energia caiu, a gente acionou o gerador, mas não foi suficiente para manter os 14 ventiladores e as bombas de água em pleno funcionamento até o retorno do fornecimento de luz", contou ao UOL o proprietário da granja, Eriston Bellusci.

Outra manobra adotada pelo avicultor foi a abertura dos toldos da área que tem 800 metros quadrados. A corrente de ar ajudou a manter os animais vivos por cerca de três horas. Depois, no ápice da temperatura no local, que atingiu os 41,5 °C, começou a mortandade em massa.

"Os animais ficam em cima de uma cama de frango que é feita de palha. Conforme o calor foi aumentando, as aves baixaram a cabeça e foram morrendo", recorda Bellusci.

Os frangos são criados no sistema de integração com um frigorífico da cidade de Flórida Paulista, a 601 quilômetros de São Paulo, e seriam levados para o abate amanhã.

O prejuízo ainda não foi calculado, mas estima-se que somente o avicultor perdeu R$ 60 mil, além das perdas da empresa parceira. Bellusci declarou que, até o momento, não estuda entrar na Justiça contra a Energisa, empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica na região.

Além dos animais, cerca de 500 litros de leite que estavam em um resfriador precisaram ser descartados.

Descarte correto

Por questões de segurança sanitária, os animais foram retirados da granja logo após a confirmação das mortes. As aves — que estavam com cerca de 3,5 quilos — foram levadas para uma graxaria, já que enterrar restos animais não é permitido por causa do risco de contaminação do solo.

Cerca de quatro mil aves sobreviveram e devem passar por um período de 15 dias de descanso. A seguir, serão levados para o abate. Um novo lote de 10 mil aves deve chegar à granja ainda este mês.

"Eu sou a quinta geração que atua na fazenda, mas estamos criando frangos há três anos. Nunca vivemos algo parecido. A concessionária demorou muito para restabelecer o fornecimento de energia e isso foi decisivo", lamentou o avicultor.

Causas da interrupção

A Energisa informou ao UOL que a falta de energia atingiu 1.481 clientes e foi ocasionada pela queda de vegetação sobre a rede elétrica de média tensão que abastece a cidade, provocando curto-circuito na rede.

"Técnicos da empresa foram acionados e restabeleceram o fornecimento para 70% [dos clientes] em cerca de 30 minutos. Após a realização da vistoria na rede elétrica, foram feitas manobras que possibilitam o retorno gradual de energia para outra parte dos clientes", explicou a concessionária em nota.

A empresa alegou ainda que 'por conta da complexidade da ocorrência e para possibilitar o restabelecimento do fornecimento com segurança, a empresa mobilizou o emprego de equipes especializadas que trabalharam no local da ocorrência, possibilitando a normalização do fornecimento para nove clientes restantes às 16h37'.