Disque Denúncia busca paradeiro de fazendeiro suspeito de matar eletricista
O fazendeiro acusado de matar o eletricista José Reginaldo de Santana Júnior, 31, na fazenda Haras Vovô Zito, localizada na PE-95, na zona rural de Limoeiro (PE), está sendo procurado pela polícia depois que a juíza da Comarca de Limoeiro, Fabiola Michele Muniz Mendes Freire de Moura, decretou prisão preventiva do homem, na última sexta-feira (2), atendendo a pedido do Ministério Público.
O Disque Denúncia Agreste, que investiga crimes ocorridos na região Agreste de Pernambuco, está oferecendo R$ 20 mil a quem repassar informações precisas que levem a polícia a capturar o fazendeiro Sebastião Ayres de Assis Neto, conhecido como Neto Santos, acusado do crime.
O trabalhador foi assassinado a tiros, na tarde do último dia 29, após cortar o fornecimento de energia elétrica para a propriedade a mando da Celpe (Companhia Energética de Pernambuco), porque a fazenda tem uma dívida de R$ 28 mil em contas acumuladas de energia elétrica.
Após o assassinato, Sebastião Ayres de Assis Neto fugiu e até agora não se apresentou a polícia. A foto dele está sendo divulgada pelo Disque Denúncia de Pernambuco.
O valor oferecido para informações que ajudem a polícia a capturar um criminoso é inédito e será pago em parceria com a Celpe e doadores. As informações podem ser dadas pelo telefone (81) 3719-4545 ou por mensagens pelo WhatsApp para os números (81) 98256-4545 e (81) 98170-2525.
O advogado do fazendeiro, Laércio Barbosa, pediu ontem a revogação de prisão preventiva expedida contra o cliente dele. O advogado afirmou que a dívida de R$ 28 mil cobrada pela Celpe não está no nome do fazendeiro. O advogado alegou ainda que os técnicos da Celpe entraram na propriedade sem autorização e que o corte de energia elétrica, para ele, não poderia ter ocorrido.
A delegacia do município de Limoeiro investiga o crime. A Polícia Civil informou que "está tomando todas as providências em sua função de Polícia Judiciária em relação ao caso, que está sob a responsabilidade do delegado Fabrício Pimentel".
Técnico conta o que viu
O técnico que acompanhava o eletricista no trabalho foi ouvido por duas vezes pela polícia. Ele tem 39 anos e não terá o nome divulgado para preservar sua segurança. A polícia informou que mulher do fazendeiro e outros funcionários da propriedade também já prestaram depoimento.
Segundo o técnico da Celpe, a entrada deles foi autorizada por dois vaqueiros da propriedade, e que a mulher do proprietário da fazenda foi informada sobre o corte da energia elétrica. No depoimento, o técnico contou que a mulher do fazendeiro telefonou para o marido, que não estava na propriedade, mas chegou logo após o corte ter sido efetuado.
Ainda, de acordo com depoimento do técnico, antes do assassinato, o fazendeiro ameaçou os dois trabalhadores e tentou suborná-los oferecendo dinheiro para que eles religassem o fornecimento de energia elétrica ilegalmente.
O técnico contou ainda que quando ele e o colega tentaram sair da fazenda observaram que a porteira estava fechada com um cadeado e eles tiveram que voltar para pedir que alguém abrisse para eles irem embora. Neste momento, ainda de acordo com depoimento, o homem saiu de dentro de casa com um revólver e uma arma de cano longo, atirou e matou José Reginaldo.
Em seguida, obrigou o técnico, sob a mira de uma arma de fogo, a fazer a religação da energia elétrica e ameaçou matar a mãe dele caso contasse sobre a morte do eletricista à polícia. Depois, o trancou na mala do carro da Celpe.
Empresa confirma dívidas
A Celpe informou que o corte de energia elétrica na propriedade Haras Vovô Zito foi legal e reafirmou que a fazenda tem uma dívida no valor de R$ 28 mil com a companhia.
A Celpe afirmou que "em memória do nosso colega e ao trabalho digno realizado por todos os colaboradores da Celpe, adotamos todas as medidas para que esse caso não fique impune". A companhia informou que o departamento Jurídico está acompanhando as investigações da polícia e "demanda das autoridades públicas o pleno cumprimento da lei".
"É uma vida tirada pela violência no momento em que realizava um procedimento legal de suspensão de energia. Nosso trabalho é de iluminar vidas e, diante desse propósito, estamos consternados pelo assassinato cometido contra um trabalhador. Em meio a essa situação que nos causou perplexidade, estamos solidários à família de Reginaldo e prestando toda assistência necessária", disse a Celpe.
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