Sucuri de 6 metros é seguida por machos ao cruzar estrada no interior de SP

O estudante de veterinária Antônio Stabile flagrou uma cena curiosa. Uma sucuri de aproximadamente seis metros é perseguida por outras cobras ao atravessar uma estrada em direção à represa da Faculdade de Ituverava Dr. Francisco Maeda (FAFRAM), no interior de São Paulo.

As cobras menores eram machos que tentavam conquistar a fêmea e não filhotes, como pensavam as pessoas que estavam no local.

Relacionadas

Médica picada por jararaca em MT tem alta: '100% curada'

Mulher leva cobra para passear no Centro de Belo Horizonte; assista

PM resgata cobra em sacada de apartamento no Distrito Federal

Ao UOL Antônio disse que escutou um funcionário da universidade gritando e foi conferir o que era. "Assustei e vi que era a sucuri. Comecei filmar e notei que tinham outras cinco. Eu e quem estava perto até pensamos que eram filhotes. Ficamos impressionados porque nunca tínhamos visto uma cobra desse tamanho".

O biólogo Vinicius Xavier da Silva, professor da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL) e pesquisador das áreas de Zoologia, Evolução e Ecologia de Comunidades de anfíbios e répteis brasileiros, explica que essa espécie, Eunectes murinus, solta feromônios que atraem os machos.

"Ao liberar esse cheiro ao ambiente os machos vão atrás, mas só um que consegue de fato acasalar", disse.

Ele explicou ainda para a reportagem do UOL que é comum as pessoas acreditarem serem filhotes "A fêmea é muito maior que os machos e os filhotes, na verdade, têm apenas 20 centímetros. Por isso a confusão e, além disso, quando eles nascem é cada um por si. A fêmea não cria os filhos", disse.

Outra curiosidade que o professor diz é que essa espécie não bota ovo, sendo que as crias saem "prontas". Cada fêmea pode gerar entre 40 e 50 filhotes, de acordo com o professor.

Questionado pela reportagem do UOL se as pessoas que filmaram passaram por algum perigo por estarem perto, Vinicius descarta a possibilidade. "Não teve [perigo]. Elas geralmente têm como primeira reação se afastarem e naquela situação o comportamento não era de predação. Teria perigo se ela não tivesse espaço e sentisse que estaria encurralada", conta.