Amapá declara emergência para agilizar ações e amenizar caos por apagão

O governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), decretou de situação de emergência hoje, em acordo com a Defesa Civil Nacional, devido ao apagão que chegou hoje ao quarto dia em 13 das 16 cidades do estado.

Com o decreto, o governo espera uma liberação de recursos mais ágil para o gerenciamento da crise causada pela falta de energia elétrica. A maior preocupação é manter no momento é manter os serviços de saúde e retornar o abastecimento de água para os moradores.

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Junto com o decreto, um plano de ação foi pactuado com ações para contratar uma geração de energia emergencial alternativa para atender áreas críticas, além de outras ações para apoiar as cidades afetadas, providenciar logística para distribuição de água potável para a população e combustível para abastecimento dos geradores.

Em um comunicado oficial, o governador disse que que segue cobrando do governo federal e do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) o mais breve restabelecimento no fornecimento de energia no estado, causado por um incêndio na noite de terça-feira (3). A solução definitiva ao problema só deve ocorrer dentro de 10 dias.

O Ministério de Minas e Energia, que comanda as ações em âmbito federal, informa que existe uma perspectiva de recuperação e acionamento do transformador número 3 —atingido e danificado pelo fogo na terça— ainda na noite desta de hoje. Caso isso se confirme, será possível restabelecer 70% da carga energética dos 14 municípios atingidos.

Ainda segundo a pasta, uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) viaja de Boa Vista para Manaus para levar quatro geradores de energia até Macapá para atender, de forma emergencial, atividades essenciais.

Aglomerações

Por conta do apagão, existe uma aglomeração de pessoas em locais onde há fornecimento de energia, como hotéis, supermercados, shopping e o aeroporto de Macapá. Além disso, os postos de combustível que seguem operando com geradores estão sempre lotados. Já faltam muitos tipos de produtos em supermercados, em especial os que dependem de refrigeração.

A crise relatada nas redes sociais

Pelas redes sociais, moradores alegam que está ocorrendo uma grande instabilidade também nos serviços de telefonia e internet em todas as regiões afetadas, o que dificulta o contato de familiares e amigos em outros estados.

"Para quem não mora no estado do Amapá, saiba o absurdo que ocorre neste momento: 1. Temos 16 municípios, 13 estão sem energia elétrica vai fazer 2 dias, incluído a capital, que tem aproximadamente 500 mil habitantes; 2. Não tem água encanada; 3. Não tem internet; 4. Os postos de gasolina não podem operar sem energia, então, não temos gasolina também; 5. Não dá pra sacar dinheiro nos caixas eletrônicos; 6. Não dá pra comprar comida com cartão; 7. Estamos num pico de contaminação e lotação nos hospitais devido a pandemia. Eles estão funcionando por gerador. Não sabemos por quanto tempo. As cirurgias foram interrompidas", relata uma moradora.

"3h na fila para conseguir comprar gelo. No máximo 5 sacas por FAMÍLIA. Só fico imaginando o tanto de gente que nem isso pode estar comprando", explica outra habitante.

"Mais de 48h sem energia elétrica, sem água da Caesa (Companhia de Água e Esgoto do Amapá), sem Internet, os postos de combustíveis com filas gigantes , Hotéis da cidade que possuem gerador (todas sem vagas) e agora eu vim da Zona Norte da cidade pra enfrentar fila pra comprar água Mineral. Isso mesmo, água mineral. E não me venha culpar São Pedro por isso, as subestações de energia do Amapá são precária e não é de hoje e pagamos uma das tarifas mais caras de energia do país", explica.

Um morador de relata a fila por pão e uma quantidade limitada do alimento para cada cliente.