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Bebê siamesa morre após cirurgia de separação na BA; irmã está estável

As irmãs siamesas Aila e Maila nasceram em 29 de outubro, em Salvador - Sesab / Divulgação
As irmãs siamesas Aila e Maila nasceram em 29 de outubro, em Salvador Imagem: Sesab / Divulgação

Luiz Gabriel Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Niterói (RJ)

06/11/2020 16h56

Uma bebê siamesa morreu na madrugada de hoje após uma cirurgia de emergência de separação realizada na maternidade José Maria de Magalhães Netto, em Salvador (BA). As meninas Aila e Maila, que nasceram clinicamente bem no fim de outubro, tiveram uma piora repentina no estado de saúde na última quarta-feira (4), o que determinou a necessidade do procedimento.

Em nota, o Instituto de Gestão e Humanização (IGH) informou que Maila morreu horas após a cirurgia por causa de um quadro infeccioso — as meninas nasceram no dia 29 de outubro unidas pelo fígado. Ainda assim, segundo o IGH, o procedimento foi considerado um sucesso.

A siamesa que sobreviveu tem cardiopatia, apresenta quadro estável e seguirá internada no hospital da capital da Bahia. Aila terá que passar por uma cirurgia no coração em até dois meses.

O procedimento para separação das irmãs durou cerca de três horas e foi coordenado pela equipe da médica Célia Brito e do cirurgião referência neste tipo de cirurgia, Zacharias Calil.

O cirurgião informou ao UOL que era fundamental acelerar o processo de separação das irmãs, para que houvesse uma chance de salvar pelo menos um bebê.

"Elas tiveram um processo infeccioso importante no intestino e se tornou um caso grave, de necessidade cirúrgica imediata. Esperar significava perder as duas. A cirurgia foi feita para salvar uma delas", ressaltou Zacharias.

A separação das bebês siamesas estava programada para acontecer no dia 17 de novembro. A bebê Maila, no entanto, teve uma piora repentina, o que determinou que o procedimento de separação fosse adiantado.

"A Maila tinha um quadro infeccioso grave, também com perfuração no estômago. Conseguimos salvar a Aila, que está estável, mas ainda não sabemos como irá evoluir", complementou Calil.

"A bebê que tinha mais problemas saiu bem de um procedimento grave. Ela precisa ganhar peso para passar por uma cirurgia no coração", explicou o especialista.

A menina Aila, cuja mãe tem 18 anos, está acompanhada por uma equipe multidisciplinar da maternidade.