Menina de 11 anos sofre bullying de colegas, no RJ; 'se mata', diz mensagem
Uma menina de 11 anos sofreu ameaças dos colegas da escola através de mensagens em um grupo de Whatsapp, segundo mostram prints feitos pela mãe da garota. As conversas mostram que a vítima era incentivada a se matar. Os alunos chegaram a criar um grupo chamado de "XX do Kapiroto" - o nome da menina será mantido sob sigilo - com o objetivo de cometer bullying contra a criança.
A mãe da menina, que pediu para não ser identificada, disse que as mensagens foram enviadas na semana passada, na sexta-feira (30). Ela afirmou ainda que vai entrar com um processo contra todos os envolvidos.
"Não tem como eu aceitar isso. Nem ela, nem outras crianças, merecem passar por isso. Passaram de todos os limites. Teve gente até de outro estado que conseguiu o telefone dela e fez ameaças, é desesperador", afirmou a mãe.
"Pediram para ela se mutilar, se matar. Todas as medidas estão sendo tomadas para que os responsáveis sejam punidos e para que se finalize essa história da melhor forma. Eu vou entrar com um processo contra todos os envolvidos. Minha filha é uma menina tão boa, tão tranquila. Menos mal que quando ela recebeu essas mensagens, eu estava com ela. Imagina se não estou, poderia estar sem minha filha agora", lamentou ela.
A Polícia Civil informou que os agentes da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) estão investigando o caso, que foi registrado ontem pela mãe da menina.
Não foi a primeira vez
A mãe da criança disse que menina já sofreu bullying em outros momentos e nenhuma medida foi tomada. "Ela vem sofrendo bullying desde que entrou nesse colégio. Davam apelidos para ela, excluíam ela de algumas coisas. Eu ia no colégio, faziam um alerta, mas nunca era resolvido. Eu sempre conversei com a escola, principalmente com a psicóloga que até deu um encaminhamento para ela tratar essas questões de auto estima, mas nunca foi tomada uma posição que punisse os agressores, nem mesmo os pais sofrem qualquer tipo de sanção", relatou a mãe.
"Agora chegou nesse nível de ataque e ameaças e sinceramente eu quero saber o que é ensinado na escola e dentro da casa dessas crianças pra conseguirem agir de forma tão cruel", desabafou ela.
Após o ocorrido, a mãe da menina disse que ela irá começar um tratamento psicológico. "Minha filha é maravilhosa, ela é linda por dentro e por fora. Uma criança boa, carinhosa, empática e com um coração gigante. Nós temos uma troca muito grande, conversamos bastante. Ainda bem que estamos recebendo muita ajuda. Por causa disso tudo, ela vai começar esse tratamento psicológico com uma amiga que se ofereceu para ajudar. Espero que filho de ninguém passe pelo que minha filha está passando, porque dói demais".
O que diz a escola
A mãe da menina garantiu que o colégio foi notificado sobre o caso e pediu com urgência que reuniões fossem marcadas com a direção da unidade. Por meio de nota, o colégio informou que está tomando medidas administrativas e legais e que, diferente do que foi informado pela mãe da vítima, a unidade não havia sido informada anteriormente sobre o caso.
"O Colégio Atenas tomou conhecimento, hoje, através de um post nas redes sociais, da ocorrência de bullying envolvendo uma aluna. Primeiramente, e acima de qualquer coisa, lamentamos muito todo o ocorrido, e dedicamos todo o nosso apoio e solidariedade à aluna, sendo certo de que o Colégio Atenas irá disponibilizar toda sua estrutura para dar o apoio necessário a mesma", disse a instituição, em nota.
"Ressaltamos que o bullying se deu através de um grupo de WhatsApp o qual o colégio desconhecia por completo, não havendo nenhum funcionário no referido grupo, não tendo sido também o colégio cientificado anteriormente, senão agora pelas redes sociais. Uma vez que agora o fato é de conhecimento do colégio, a partir de amanhã, as medidas administrativas e legais serão tomadas. Reforçamos que o Colégio Atenas não tolera e não apoia qualquer forma de bullying, reforçando sempre junto a seus alunos a educação com base no respeito, empatia, solidariedade e amor ao próximo", acrescenta o comunicado.
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