"Provável causa da morte é asfixia", diz delegada do caso Carrefour no RS
Responsável pela investigação da morte de João Alberto Silveira Freitas, 40, na noite de ontem no supermercado Carrefour, na zona Norte de Porto Alegre, a delegada Roberta Bertoldo afirmou que a provável causa da morte da vítima é asfixia.
"Se supõe que ele tenha sido asfixiado, ou seja, não conseguia respirar bem naquele momento e, por isso, entrou em óbito", relatou. Conforme o Instituto Geral de Perícias (IGP), a previsão é de que o laudo pericial, que confirmará a causa da morte, seja divulgado ainda nesta sexta-feira.
A investigação foi iniciada já durante a madrugada, pelo delegado plantonista Leandro Bodoia, que foi ao local fazer o atendimento. De manhã, a 2ª DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), da qual a delegada Bertoldo é titular, assumiu o caso. Dois homens, ambos brancos, foram presos: um segurança do local e um policial militar temporário.
O foco, neste momento, é na coleta das imagens do local, que serão analisadas, e na verificação da presença de testemunhas que possam prestar depoimento.
Não há previsão de quanto tempo levará para a conclusão da investigação, mas Bertoldo considera que o caso não é complexo, uma vez que a autoria já está definida e duas pessoas já foram presas em flagrante. A delegada, contudo, não descarta que mais pessoas sejam responsabilizadas pelo crime.
A causa do conflito, por enquanto, ainda é desconhecida. "Se verificou que provavelmente houve algum incidente entre a vítima e fiscais do supermercado, o que não está esclarecido", afirmou Bertoldo. Segundo a delegada, as imagens que já foram observadas não apresentam nada de anormal e que, nem a vítima, nem a caixa do supermercado pareceram ter se alterado durante sua interação.
João acompanhava seguranças quando briga começou, diz delegada
"Esse senhor foi conduzido para fora do supermercado e vemos isso na imagem, que ele vai caminhando, até que ele se volta e dá um soco no segurança, e aí se inicia a série de agressões ininterruptas deles, até que ele falece, por conta de como ocorreu essa contenção", descreve Bertoldo.
Em vídeo no qual prestou solidariedade à família e aos amigos de Freitas, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que a Polícia Civil já realizou indiciamento por homicídio triplamente qualificado e que, ainda que o PM temporário realizasse exclusivamente atividades administrativas e não estivesse a serviço no local, a Brigada Militar já abriu processo para realizar o desligamento do indivíduo da corporação. O governador assegurou ainda que a Secretaria Estadual de Direitos Humanos, em parceria com organizações da sociedade civil, acompanhará de perto a investigação.
"Não faltarão esforços para punir aqueles que agiram com absoluta inépcia em um crime bárbaro, na medida em que as imagens são incontestes. Da parte do Estado, faremos o processo do inquérito criminal, que será levado ao Ministério Público, onde certamente o processo no Judiciário vai ocorrer, que dará, sem dúvida, sentença exemplar para aqueles que cometeram este crime", declarou o governador.
A chefe de Polícia do Rio Grande do Sul, delegada Nadine Anflor, que também participou do vídeo, pontuou que duas pessoas foram presas e outras duas serão investigadas. A dupla foi autuada por homicídio triplamente qualificado, por asfixia e por impossibilidade de resistência das vítimas. "As imagens são muito chocantes", reconhece.
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