Homem agredido no Carrefour: "Imagens horripilantes", diz secretário do RS
O vice-governador do Rio Grande do Sul e secretário estadual de Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior (PTB), descreveu como "horripilantes" as imagens que mostram um homem negro sendo agredido por dois seguranças - um deles policial militar temporário - no estacionamento do Carrefour, em Porto Alegre. O homem morreu no local, e os agressores foram presos.
"Vamos apurar esse fato a sua exaustão, não podemos admitir ações dessa natureza. As imagens são horripilantes, a Segurança Pública de nosso estado fará tudo para o seu total esclarecimento", escreveu ele em uma rede social.
Afastado devido ao diagnóstico positivo da covid-19, Ranolfo disse estar em contato direto com a Brigada Militar para acompanhar o caso.
"Investigação será rigorosa", diz governador
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também condenou a atitude dos seguranças e afirmou que o caso será investigado.
"Infelizmente, nesta data em que deveríamos celebrar políticas públicas e avanços na luta por igualdade racial, deparamos com cenas que nos deixam indignados pelo excesso de violência que levou à morte de um cidadão negro", disse Leite.
"Aos familiares e amigos da vítima, o João Freitas, toda nossa solidariedade e a certeza de que a investigação será rigorosa para que haja consequência deste ato lamentável", completou.
O espancamento
Vídeos que mostram o espancamento e a tentativa de socorristas de salvarem o homem circulam nas redes sociais desde a noite de ontem. As imagens mostram Freitas recebendo de um dos homens vários socos na região do rosto, enquanto o outro tenta segurá-lo. Uma mulher que estava usando proteção facial é vista perto deles, assistindo às agressões. Funcionários do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegaram a se deslocar até o local, fizeram massagem cardíaca, mas ele acabou não resistindo.
O segurança e o PM temporário foram presos, suspeitos de homicídio doloso. A polícia aguarda o laudo pericial e mais imagens de câmera para esclarecer o caso. A investigação segue com a 2ª DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Em nota, o Carrefour informou que rompeu o contrato com a empresa de segurança e fechará a loja. Além disso, afirmou que "adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso".
Já a Brigada Militar disse que prendeu os agressores e que investigará a conduta do PM temporário, que não estava em horário de serviço no momento das agressões.
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