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Garotas de 11 e 16 anos são baleadas durante perseguição policial em BH

Vista da fachada do Hospital Risoleta Neves - Hospital Risoleta Neves/Divulgação
Vista da fachada do Hospital Risoleta Neves Imagem: Hospital Risoleta Neves/Divulgação

Elisângela Baptista

Colaboração para o UOL, em Juiz de Fora (MG)

07/12/2020 11h46

Uma menina de 11 anos e uma adolescente de 16 foram baleadas durante uma perseguição policial a um motociclista, em Belo Horizonte. A Polícia Judiciária Militar investiga crime de lesão corporal culposa cometido por um militar no caso, ocorrido no sábado (5).

De acordo com a Polícia Militar (PM), o disparo aconteceu após inúmeras tentativas de abordagem feitas a um motociclista que se recusou a atender a ordem de parada dada pelos policiais. No boletim de ocorrência consta que o homem trafegava pela contramão e com o capacete levantado no local onde os militares faziam a fiscalização de trânsito. O motociclista teria desobedecido o comando da PM e fugiu em alta velocidade.

Diante da desobediência, os militares iniciaram uma perseguição. O suspeito se deslocou para a zona Norte de BH, na Vila Mariquinhas e, pelas ruas, teria feito manobras arriscadas em zigue-zague e freado bruscamente, por várias vezes, colocando em risco a segurança da população. Ao passar sobre um bueiro aberto, o motociclista se desequilibrou e caiu da moto.

No boletim de ocorrência consta ainda que a perseguição, a partir desse momento, passou a ser a pé. O militar disse que, na correria, o suspeito caiu novamente e colocou a mão na cintura, mostrando que portava uma arma de fogo. Foi neste momento que o policial pediu para ele largar a arma, mas como não foi ouvido, atirou. O motociclista não foi alvejado e fugiu.

Em seguida ao disparo, moradores da vila reagiram contra os militares, alegando que duas meninas haviam sido alvejadas. A adolescente de 16 anos foi atingida de raspão na perna e a criança, de 11, foi atingida na coxa. As meninas foram levadas para o hospital Risoleta Neves, mas não precisaram passar por cirurgia e foram liberadas no mesmo dia.

A Polícia Militar disse que está prestando apoio às vítimas e que está ajudando na compra de medicamentos.

O militar recebeu voz de prisão e está preso no 13º Batalhão da PM. A arma foi apreendida. Ele poderá responder por lesão corporal culposa, apesar da alegação de excludente de ilicitude de legítima defesa.

O motociclista ainda não foi localizado.