Fim de semana tem aglomeração nas ruas de SP, Rio e BH apesar de restrições
Do UOL, no Rio
13/12/2020 18h37Atualizada em 13/12/2020 18h42
O endurecimento das restrições em meio ao aumento de casos de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, não foi o suficiente para evitar aglomerações e desrespeito às regras em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte neste fim de semana.
O Brasil já contabiliza mais de 180 mil mortes relacionadas à pandemia.
Em São Paulo, houve aglomeração hoje na avenida Paulista, bares lotados na noite de ontem, em desrespeito à decisão de fechar os estabelecimentos a partir das 20h, e ruas de comércio popular lotadas na região central.
O índice de isolamento na capital paulista foi de apenas 40% na última sexta-feira, segundo dados registrados pelo SIMI-SP (Sistema de Monitoramento Inteligente de São Paulo), viabilizado graças a um acordo com as principais operadoras de telefonia do país.
No Rio de Janeiro, nem a chuva no fim da manhã de hoje impediu os cariocas de desrespeitar o fechamento da área de lazer no Aterro do Flamengo. Também houve fila em pontos turísticos, como o Forte de Copacabana.
Já em Belo Horizonte, a proibição da venda de bebida alcoólica foi burlada por frequentadores da Feira Hippie, no centro da capital mineira, que consumiram cerveja e destilados no local. A prefeitura da cidade conseguiu derrubar uma liminar que liberava o consumo em bares e restaurantes.
Festas de fim de ano agravam problema, diz especialista
O epidemiologista Diego Ricardo Xavier, pesquisador da Fiocruz, prevê um cenário nebuloso até a chegada da vacina, no próximo ano. Segundo ele, a tendência é que o colapso se agrave com o deslocamento das pessoas nas festas de fim de ano.
Ele ainda traça um paralelo entre as ações adotadas no começo da pandemia e o momento atual, com desrespeito às medidas de isolamento social e de controle do vírus.
Infelizmente, as pessoas estão abandonando as medidas de distanciamento e o uso de máscara. E, como devem se movimentar para fazer compras e viajar no fim do ano, a tendência é que o vírus se espalhe ainda mais
Diego Ricardo Xavier, epidemiologista e pesquisador da Fiocruz]
Ele ainda enumera outros agravantes, como a falta de recursos extras para o sistema de saúde, o represamento de cirurgias eletivas e ainda a previsão de acidentes de trânsito em deslocamentos durante o Natal e Ano Novo. "O cenário é extremamente preocupante", avalia.
País de forte tradição natalina, a Itália decidiu desestimular as festas em 2020. Um decreto com medidas rígidas entre 21 de dezembro e 6 de janeiro antecipou até a Missa do Galo, que neste ano ocorrerá duas horas antes.
No Brasil, o estado de São Paulo proibiu Réveillon em bar, restaurante e hotel e recomenda que as celebrações não reúnam mais do que dez pessoas. Em Belo Horizonte, a prefeitura proibiu o consumo de bebida alcoólica em bares, restaurantes e lanchonetes a partir do dia 7 de dezembro. Assim como em São Paulo, Rio Grande do Sul suspendeu as festas de fim de ano.