Homem é indiciado por matar mulher e enteada e enterrar corpos no quintal
Um homem de 36 anos foi indiciado na última terça-feira (9) por matar a esposa, Cristiane Pedroso dos Santos Arena, 34, e enteada Karoline Vitória dos Santos Guimarães, 9 anos. Os corpos delas foram localizados no quintal da casa em que residiam em Pompeia (SP), a 396 km de distância de São Paulo. O homem está preso, enquanto uma adolescente de 16 anos foi apreendida e está internada — ela é filha de Cristiane e irmã de Karoline — por suspeita de participar no crime.
Mãe e filha não eram vistas desde novembro, mas a comunicação do desaparecimento só ocorreu no final de janeiro, após a família da mulher acionar o Conselho Tutelar por suspeita de cárcere privado. Com isso, a Polícia Civil passou a investigar o sumiço. Inicialmente, o suspeito Fabrício Buim Arena Belinato disse que a mulher tinha saído de casa, abandonado a filha de 16 anos e ido morar com outro homem em Santa Mercedes (SP), a 193 km de Pompéia.
A família já morava antes em Santa Mercedes e chegou a Pompeia em novembro, poucos dias antes do sumiço. Os policiais se deslocaram até esta outra cidade, mas ninguém sabia quem era o novo companheiro de Cristiane. A partir dali, a polícia passou a desconfiar da versão de Belinato, segundo contou ao UOL o delegado regional Wilson Frazão.
"Por lá, todas as provas indicavam que Cristiane não tinha outro relacionamento", disse Frazão.
Os investigadores passaram a monitorar a conta bancária de Cristiane. E câmeras de segurança de um banco mostraram Belinato fazendo movimentações financeiras em um caixa eletrônico, acompanhado da adolescente. Em 2 de fevereiro, os policiais decidiram voltar até a residência da família em Pompeia, mas o homem já havia fugido.
Porém, um ponto concretado em uma área coberta da casa chamou a atenção dos agentes. "Verificamos que havia piso novo naquela área, que destoava da idade da casa. Decidimos quebrar o concreto e encontramos o corpo da mulher", explica Frazão.
Segundo o delegado, a indicação da localização do cadáver da menina de 9 anos foi apontada pela irmã dela, de 16 anos, no quintal da residência. Dali, a adolescente já foi para a delegacia e, após decisão judicial, levada para internação.
Já Belinato só foi encontrado seis dias depois, em 8 de fevereiro. Conforme o delegado, ele estava trabalhando com nome falso em uma obra em Campo Grande (MS), a 497 km de distância de Pompeia. A polícia chegou até o homem após verificar movimentações bancárias em uma agência no Mato Grosso do Sul e, logo após, receber uma denúncia anônima de onde ele estaria.
Em depoimento, Belinato afirmou que Cristiane tentou investir contra ele com um canivete e, por isso, golpeou-a com uma faca. "Ele disse que o casal não estava bem e que já mantinha relacionamento com a enteada, que não gostava da mãe", conta o delegado.
Já a criança, segundo o homem, teria sido morta asfixiada por questionar a ausência da mãe.
O homem foi indiciado por duplo homicídio qualificado, ocultação de cadáver e estupro de vulnerável - já que foi constatado que Belinato manteve relações sexuais com a adolescente quando ela era menor de 14 anos, o que é considerado crime independente de consentimento. Na delegacia, o homem afirmou que manteve relações com ela a partir dos 15 anos.
Já a adolescente nega relacionamento com o padrasto. Porém, conforme o delegado Cláudio Anunciato Filho Baka, responsável pela investigação, ela estava apaixonada pelo padrasto e teria planejado o crime junto com ele.
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