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Pais de menino acorrentado em barril responderão na Justiça por tortura

Barril onde menino de 11 anos ficava em Campinas - Felipe de Souza/UOL
Barril onde menino de 11 anos ficava em Campinas Imagem: Felipe de Souza/UOL

Felipe de Souza

Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

16/02/2021 21h39

A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) e tornou o pai, a madrasta e a filha dela réus por tortura no caso do menino de 11 anos encontrado dentro de um barril em Campinas, interior de São Paulo, em 30 de janeiro. A informação foi confirmada pelo MP.

A promotora Adriana Vacare Tezine considerou que, além da tortura em si, pelo fato do menino ter ficado preso em um barril por pelo menos um mês, segundo investigação da Polícia Civil, o pai também se tornou réu por abandono intelectual, já que o garoto não estava matriculado em nenhuma escola de Campinas no ano de 2020.

A denúncia do MP citou também o resultado de exame de corpo de delito, que apontou que a criança tinha lesões causadas por "agentes contundentes e corto-contundentes".

Segundo laudo do Instituto de Criminalística, adiantado pelo UOL na semana passada, o barril onde o garoto estava foi montado para servir de "cativeiro", com correntes e cadeados impedindo que ele se movimentasse — nem mesmo se abaixar.

O menino segue em um abrigo da cidade de Campinas, acompanhado por médicos clínicos, psicólogos e nutricionistas.

Questionado sobre o destino dele, o Ministério Público informou que as avaliações técnicas do caso ainda estão no início.

"É muito cedo para saber se ele irá para adoção", afirmou em nota.