Atingidos por barragem em Mariana protestam contra atraso em obras de casas
Pessoas atingidas pelo rompimento da barragem da minerada Samarco em Mariana (MG) protestaram hoje contra o atraso na entrega de casas de responsabilidade da Fundação Renova, entidade que deveria construir reassentamentos para moradores afetados pela tragédia. Os manifestantes fizeram uma carreata pelos locais que deveriam abrigar as casas.
Mais de cinco anos após o acidente, ocorrido em novembro de 2015, a Renova Brasil segue sem conseguir cumprir os prazos para as primeiras entregas dos reassentamentos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo. Hoje venceu mais um prazo determinado pela Justiça, e os afetados pelo rompimento da barragem cobraram uma resposta da entidade.
Criada para gerir ações de reparação pelo acidente, a Fundação Renova deveria ter entregado as primeiras casas em março de 2019. À época, a Justiça deu um novo prazo, até agosto do ano passado, que foi novamente ampliado para hoje.
A Fundação Renova admite que ainda trabalha na conclusão das obras de infraestrutura dos reassentamentos e tem a previsão de entregar 64 casas até o final do ano em Bento Rodrigues. Em novembro de 2020, o site da entidade afirmava que seriam construídas 255 casas.
A entidade foi criada em 2016 pela Vale e BHP Biliton, companhias controladoras da Samarco, para lidar com negociações e processos de reparação. No entantao, é constantemente acusada pelos atingidos de favorecer os interesses das mineradoras, atuando com uma série de empecilhos para não atender os interesses dos moradores.
Ainda nesta semana, o MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) ingressou com uma ação na Justiça pedindo a extinção da Fundação Renova. O motivo é justamente o fato de a entidade não estar cumprindo efetivamente as ações de reparação humana, social e ambiental. Além disso, o MP-MG também cita que a prestação de contas da fundação foi rejeitada pela quarta vez recentemente.
Outro lado
Em resposta à reportagem do UOL, a Fundação Renova deu esclarecimentos sobre os reassentamentos de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira, este último que ainda está na fase de aprovação do projeto pela Justiça. A entidade disse que investirá R$ 1 bilhão nas obras neste ano, o que representa um aumento de 14% em relação ao ano passado.
A fundação alegou que a pandemia de covid-19 fez com que o efetivo nas obras fosse reduzido e isso contribuiu para os atrasos. A Renova também afirmou que ainda discute na Justiça a questão dos prazos de entrega.
Sobre o reassentamento de Bento Rodrigues, a entidade disse que 95% das obras de infraestrutura estão concluídas, mas só cinco casas foram concluídas até agora e outras 20 estão em construção. Em Paracatu de Baixo, ainda não há moradias concluídas e a Renova destaca que está em andamento a obra de uma escola.
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