Corpos são trocados e família enterra morto errado no interior de São Paulo

A Polícia Civil de Artur Nogueira (SP) abriu inquérito para investigar a troca de corpos ocorrida no Hospital Bom Samaritano e que levou uma família a enterrar outro morto, julgando ser o cadáver de um parente. O enterro errado aconteceu na quinta-feira (15).

A família de Braz Inácio Coelho, de 61 anos e que morreu na terça-feira (13), estranhou ter recebido o corpo do homem lacrado no caixão para o velório, ocorrido anteontem, uma vez que ele não havia morrido de covid-19. Ao questionarem a funerária sobre o ocorrido, os parentes descobriram que houve a troca de corpos.

Quem estava no caixão lacrado era, na verdade, Adão dos Santos, de 55 anos, morador de Santo Antônio da Posse (SP) e que estava internado no Hospital Bom Samaritano, de Artur Nogueira. Ele acabou não resistindo às complicações causadas pela covid-19.

Em depoimento à Polícia Civil, familiares de Braz contaram que, assim que foi descoberta a troca, a funerária entrou em contato com a família de Adão. As cidades de Santo Antonio de Posse e Artur Nogueira distam 30 km uma da outra. Foi neste momento que a família soube que Braz já havia sido enterrado como se fosse o outro.

Diante das provas de que houve a troca, o cemitério de Santo Antônio da Posse desenterrou o corpo e cada família recebeu o morto correto, dessa vez.

O corpo de Adão foi sepultado às 23h de anteontem em sua cidade, enquanto a família de Braz realizou o sepultamento em Artur Nogueira ontem no período da manhã.

Mesmo com a solução rápida, a família de Braz resolveu abrir um boletim de ocorrência na delegacia de Artur Nogueira.

A Polícia Civil informou que um inquérito foi aberto e que todos os envolvidos serão chamados a depor nos próximos dias. De acordo com a Polícia, a investigação irá apurar se houve algum delito penal grave.

O Hospital Bom Samaritano emitiu nota lamentando o ocorrido e afirmou que "o manejo de corpos feito no hospital atende rigorosamente os protocolos de saúde, em especial, de casos confirmados de Covid-19, que ficam separados dos demais, não havendo nenhuma negligência ou erro por parte do hospital".