Enterro de policial morto tem aplauso e salva de tiros: 'Não foi em vão'
Amigos, familiares e centenas de policiais civis se despediram do inspetor André Leonardo Mello Frias, 48, enterrado hoje à tarde no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, zona oeste do Rio de Janeiro. Muitos deles estavam sem máscara —desrespeitando uma das regras sanitárias. Sob forte comoção, o sepultamento contou com salva de tiros, aplausos e um helicóptero que sobrevoou o local.
"Ele me abraçou de madrugada e disse que voltaria", disse a mulher do policial.
O agente, lotado na Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), foi morto com um tiro na cabeça quando chegava na comunidade do Jacarezinho, zona norte da cidade. Ele foi levado para o Hospital Salgado Filho, no Méier, na mesma região, mas não resistiu.
Amigo de infância, o advogado Luiz Alberto Júnior, 48, lembrou que o sonho de ser policial era tão grande que André Frias chegou a vender um imóvel para pagar o curso.
"Tinha o sonho de ser policial civil e realizou, mas infelizmente morreu em combate. Para você ter noção, ele recebeu um imóvel como herança de família e vendeu essa casa para bancar os estudos da prova da polícia".
O inspetor deixa a mulher, com quem se relacionava desde 2018, e o enteado, de 10 anos. O menino vestia a camisa da corporação que pertencia ao padrasto. Os dois, muito emocionados, eram a todo momento amparados por amigos de André.
"Eu te amo, você foi o melhor pai do mundo", disse o menino em meio às lágrimas.
Como homenagem, foram realizadas três salvas de tiros e um helicóptero sobrevoou o local jogando flores durante o enterro. A mulher de André Frias agradeceu o carinho e lamentou: "Morreu um pedaço de mim".
"André não é um número, André é meu irmão, irmão de arma. Sua morte não foi em vão. O André era um dos caras mais apaixonados pela polícia", falou um agente.
De acordo com a Polícia Civil, a equilibrar decidiu descer do blindado ao chegar na comunidade do Jacarezinho após se deparar com barreiras colocadas por traficantes. No momento em que os policias deixaram o veículo, foram alvos de disparos.
Durante a operação, a polícia encontrou uma espécie de casamata, feita de concreto com um buraco para que o criminoso coloque o fuzil e realize os disparos. Segundo a Polícia Civil, foi de lá, que partiu o tiro que atingiu o policial.
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