Policial militar é preso no RJ acusado de matar namorado da ex-mulher
Um policial militar foi preso ontem (10) em Niterói, região metropolitana do Rio, acusado de participar do assassinato do namorado de sua ex-mulher. O cabo Felipe Perimi de Freitas, lotado na UPP do Borel, foi um dos três homens que atiraram em Leonardo Montezano Dias da Cruz, no dia 12 de maio, segundo as investigações da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo.
O crime aconteceu próximo à casa de Leonardo, no bairro Cantagalo, em Niterói e a principal linha de investigação da Polícia Civil é de crime passional. O caso estava sendo investigado inicialmente como latrocínio, onde duas pessoas teriam sido vítimas de um roubo ocorrendo uma morte em seguida, mas a polícia identificou novas pistas no caso que mudou o rumo das investigações.
"Encontramos algumas características que foram nos levando para um outro lado, especialmente um fato que a Beatriz nos falou, que uma semana antes eles já tinham sido vítimas de um roubo com alguns criminosos. Um deles vestia uma calça militar, botas coturno e pediu que ela passasse o celular que estava nos seios. Ela afirma que não teria como ninguém saber disso, só o próprio Felipe ou outra pessoa que tivesse um relacionamento com ela. Tudo isso levantou muitas suspeitas sobre o policial militar", explicou o delegado da Delegacia de Homicídios de Niterói, Bruno Cleuder.
Através dessa informação, os agentes fizeram o mesmo trajeto dos criminosos, que usaram um carro branco para atirar em Leonardo e fugir. Eles perceberam que tanto no assalto quanto no assassinato, a rota foi a mesma, os atiradores cometeram o delito e em seguida fizeram a fuga pela ponte. A sobrevivente disse que polícia que um dos três criminosos chegou a encostar a arma na cabeça de Leonardo e efetuou um disparo a queima-roupa.
O policial militar teria ficado insatisfeito com o término do relacionamento com Beatriz, que é mãe de sua filha. A Delegacia de Homicídios encontrou uma espécie de diário na casa de Felipe, que tinham declarações sobre o casamento dos dois: "ele demonstra uma relação amorosa muito conturbada, com idas e vindas, conflitos e desde que Leonardo aparece na relação isso ficou ainda mais acentuado. Isso ficou bem claro pra gente que tinha tudo a ver com homicídio", explicou o delegado.
"Até hoje, o dia seis de dezembro de 2014 foi o dia mais feliz da minha vida. Casamento. Eu e Bia. Sentindo-se muito feliz", diz um trecho do diário.
Quando os agentes foram fazer a apreensão nesta terça-feira (10), o próprio Felipe confessou informalmente que participou do homicídio de Leonardo porque ele estaria fazendo ameaças a ele.
"Isso não é comprovado, até porque na sede policial ele ficou em silêncio. A gente trabalha com a hipótese de ciúmes, obsessão e que a vítima teria envolvimento com o tráfico de drogas. Isso chegou ao conhecimento de Felipe, o que causou um desconforto muito grande em saber que a filha estava sendo criada por uma pessoa que estava envolvida com o tráfico", contou Bruno Cleuder.
Na casa do criminoso foi encontrado o caderno com as anotações, dois pen drives com fotos de casamento e de momentos juntos com a ex-mulher, além de prints de WhatsApp do celular de Beatriz, que estavam impressos. Felipe tinha um programa espião no celular da ex e realizou vários prints em dias diferentes, segundo as investigações. "Agora nós vamos trabalhar com a telemática para tentar identificar os outros dois indivíduos que foram os comparsas nesse delito", explicou o delegado.
Em nota, a Polícia Militar disse que policiais militares da Corregedoria da Corporação e equipes da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo cumpriram um mandado de busca e apreensão e que em seguida, Felipe foi conduzido para a delegacia e posteriormente, para a Unidade Prisional da PM.
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