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Baleia jubarte de 7,5 m encalha e causa dificuldades para retirada em AL

Baleia jubarte é encontrada encalhada em praia em Alagoas - Divulgação/Instituto Biota
Baleia jubarte é encontrada encalhada em praia em Alagoas Imagem: Divulgação/Instituto Biota

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

30/08/2021 12h00Atualizada em 30/08/2021 14h26

Um filhote de baleia jubarte encalhou na praia do Saco, em Marechal Deodoro (AL), região metropolitana de Maceió. O animal foi encontrado morto no local ontem. Esse é o 146º encalhe de baleia jubarte no litoral brasileiro, segundo dados do Projeto Baleia Jubarte, um recorde no país, apesar de ainda estarmos em agosto.

O Instituto Biota, que faz monitoramento de animais marinhos em parte do litoral de Alagoas, disse que o corpo da baleia está na linha da maré baixa, em local de difícil acesso e, devido ao tamanho, não foi possível fazer a remoção ainda para ser enterrado em um local da praia em que o mar não alcance.

A baleia morta é um macho, com comprimento de 7,49 metros. Não há estimativa do peso ainda, de acordo com o Instituto Biota. Em Alagoas, este é o primeiro registro de encalhe de baleia jubarte este ano.

baleia - Divulgação/Instituto Biota - Divulgação/Instituto Biota
Imagem: Divulgação/Instituto Biota

Dados do Projeto Baleia Jubarte mostram que os 146 os encalhes ocorreram nos seguintes estados: Santa Catarina (48), São Paulo (39),Espírito Santo (16), Rio de Janeiro (15), Rio Grande do Sul (10), Bahia (8), Paraná (8), Sergipe (1) e Alagoas (1).

Ainda de acordo com dados Projeto Baleia Jubarte, nos meses de janeiro e março não ocorreram encalhes. Em fevereiro foi registrado um encalhe; em abril foram cinco; em maio o número foi de dez encalhes; em junho foram 32; em julho o número saltou para 51 e em agosto foram 47 encalhes de baleia jubarte no litoral brasileiro.

Biólogos esperam a maré subir para que o corpo da baleia seja arrastado pelas ondas para mais perto da areia e, assim, eles conseguirem enterrá-lo. A retroescavadeira da prefeitura de Marechal Deodoro não conseguiu chegar ao local porque é de difícil acesso, com área de mangues e corais. O biólogo Bruno Stefanis explicou que o acesso ao local que o corpo da baleia está encalhado só é possível por meio de uma trilha.

"A retroescavadeira não chegou ao local que o animal está por conta do acesso, que é pelo mangue. A gente chegou lá por meio de uma trilha, então não tem como a retroescavadeira como passar devido ao mangue. A gente espera que a maré alta de hoje tenha removido o corpo para um lugar com acesso para a retroescavadeira chegar sem causar danos maiores aos manguezais e corais que tem na prainha", explicou o biólogo, que é presidente do Instituto Biota.

Devido ao estado avançado de decomposição do corpo da baleia jubarte não foi possível determinar a causa da morte do animal, mas biólogos observaram que o corpo "estava muito parasitado por piolhos e cracas, e verificou-se que não se alimentava há algum tempo."

"A gente chama de piolho, mas é um crustáceo que gruda na pele do animal e ele dá aqueles saltos para se livrar. Acontece que quando o animal está debilitado, esses crustáceos começam a impregnar, dando final claro que não foi uma morte aguda. Provavelmente foi uma morte crônica, a qual o animal foi debilitando até morrer. Diferente de uma morte causada por impacto ou afogado em uma rede", destacou Stefanis.

O corpo do animal está sendo monitorado por equipe do Instituto Biota para que assim que a maré o arraste para próximo da areia, haja o enterro no local.