Mulheres eram 'rifadas' junto a bebidas em Salvador; suspeita acabou presa
Uma investigação da Polícia Civil em Salvador identificou uma "rifa" de prostituição de mulheres, que ocorria em uma mansão no Itaigara, bairro nobre de Salvador. Elas eram negociadas junto com bebidas alcoólicas em eventos divulgados em uma página no Instagram, segundo a apuração policial.
Seis mulheres foram encontradas no local pela polícia na noite de ontem, quando ocorreria um desses eventos. Uma mulher natural do estado do Ceará foi presa suspeita do crime de rufianismo, que consiste em tirar proveito da prostituição alheia. Ela nega as acusações, conforme a polícia.
O UOL não conseguiu contato com a defesa da mulher, que não teve o nome divulgado pela polícia por conta da lei de abuso de autoridade.
A equipe policial chegou à mansão por meio de uma denúncia anônima de que havia no local exploração de crianças e adolescentes. No entanto, não foram encontrados menores na mansão no momento.
"Nós começamos a investigar e chegamos a um site, um [perfil no] Instagram, onde haviam cards que eram divulgados no sentido de que mulheres iam ser rifadas e que o sorteio ia ocorrer pela loteria federal", disse ao UOL delegada Simone Moutinho, titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca).
As investigações apontam que a suspeita já matinha essa prática anteriormente e já havia sido dona de casas de prostituição em outros bairros da capital baiana. O perfil no Instagram tem conta privada e era anunciado como "Mansão Cinthia Bueno".
Em um dos cards da rifa divulgado na rede social, foram incluídos números para até 100 clientes. As mulheres eram chamadas de "atendentes" e negociadas juntamente com prêmios em uísque e cerveja.
"O primeiro prêmio era uma garrafa de uísque importado; o segundo prêmio, um barril de cerveja e uma mulher; e o terceiro, só uma mulher. O pior não é? É esse desvalor à pessoa", avalia Simone Moutinho.
Segundo a polícia, o esquema cobrava uma porcentagem das mulheres sobre os programas, para custear a hospedagem no local. "O número de garotas era à escolha do cliente. As garotas faziam uma média de quatro programas por dia", informou a delegada.
Dinheiro apreendido
Cerca de R$ 50 mil foram apreendidos pela polícia no total, somando quantias em dólares, euros e reais. "No valor do programa, já era descontado o percentual da casa. O programa era em torno de R$ 300 e elas ficavam com R$ 100, R$ 150. (...) Elas poderiam ficar uma semana, um mês ou um dia [na casa], tinha um acerto", afirmou Moutinho.
Também havia um incentivo para indicação de novas mulheres para atuarem no local, com o prêmio de R$ 50 para cada mulher indicada, disse a delegada.
A delegada também afirmou que as prostitutas encontradas na casa estavam no local para tentar o próprio sustento. "São meninas que necessitam trabalhar para ganhar a vida e estavam em busca de um futuro melhor", explica.
A polícia continua a apuração para verificar se há mais pessoas envolvidas no esquema.
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