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'Ato de desespero' do CV motivou sequestro de helicóptero, diz delegado

Helicóptero foi sequestrado por foragidos que desviaram rota até Bangu  - Reprodução
Helicóptero foi sequestrado por foragidos que desviaram rota até Bangu Imagem: Reprodução

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

27/10/2021 14h53Atualizada em 28/10/2021 09h15

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza hoje uma operação, com o apoio da Polícia Federal, para prender um dos acusados de participar do sequestro de um helicóptero em Angra dos Reis, na Costa Verde Fluminense, no mês passado. O delegado titular da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas) classificou a atitude dos dois sequestradores, que seguem foragidos, como um "ato de desespero".

Marco Antônio da Silva, conhecido como Pará, e Khawan Eduardo Costa Silva são suspeitos de sequestrarem o helicóptero pilotado por Adônis Lopes, em Angra dos Reis, na Costa Verde Fluminense, no dia 19 de setembro. Segundo a polícia, os dois ordenaram que o piloto fosse em direção a unidade Vicente Piragibe - local onde ficam presos os principais nomes do Comando Vermelho, a maior facção criminosa do Rio.

"Foi uma tentativa ousada, um ato de desespero por conta de alguns membros da cúpula dessa facção [CV] que poderiam ser transferidos para presídios federais. Eles podem ter se desesperado e teve essa tentativa frustrada. Essa é a nossa principal linha de investigação, mas o inquérito ainda não foi concluído", disse Willian Pena, titular da Draco.

Os investigadores acreditam que o motivo para o plano de resgate seria o medo dos traficantes em serem levados para presídios federais após a Polícia Civil apontar como o mandante da morte dos meninos de Belford Roxo um integrante da facção.

A Polícia Civil acredita que em até 30 dias o inquérito seja finalizado e os agentes descubram quem foram os mandantes da tentativa de resgate. "O próximo passo é saber em que momento e em quais circunstâncias a cúpula da facção autorizou isso", explicou Adonis.

Na primeira fase da operação, foram apreendidos R$ 14.500 usados para pagar a viagem. Segundo Willian Pena, os materiais recuperados hoje "ficarão lacrados e não serão divulgados por conta do sigilo da operação".