Piloto de helicóptero é rendido no ar, mas evita resgate de preso em Bangu
Um piloto de helicóptero que também trabalha como policial civil foi sequestrado durante um voo em que retornava de Angra dos Reis (RJ) à capital carioca, na tarde de ontem. Segundo a polícia, dois criminosos armados renderam o piloto, que fazia um trabalho paralelo de táxi aéreo. A intenção deles, de acordo com o relato da vítima, era resgatar um detento do Complexo de Gericinó, presídio conhecido como Bangu 8, mas a tentativa foi frustrada quando o policial resolveu reagir à investida.
Em um vídeo que registrou a tentativa, Adonis Lopes faz manobras para tentar pousar no 14º Batalhão da Polícia Militar. De acordo com a polícia, ele entrou em luta corporal com os criminosos que, ao verem que o helicóptero poderia cair, desistiram do plano de resgatar um comparsa e fugiram. O alvo do suposto resgate não foi identificado pelos investigadores.
A Polícia Civil informou que foram realizadas buscas na região para localizar a dupla, ainda sem sucesso.
'Queriam resgatar alguém em Bangu' diz piloto
Ao UOL, Adonis Lopes contou como foram os momentos dentro do helicóptero.
"Eles embarcaram e logo em seguida anunciaram a ação. Eu tomei todas as providências para demonstrar para os órgãos de controle que a aeronave estava sob interferência ilícita. Eles queriam resgatar alguém em Bangu, mas evitei perguntar quem, para não desconfiarem. Eu ainda tentei convencê-los de que não daria certo".
O piloto disse que lutou com os criminosos e que eles estavam com fuzis.
"Eu tentei pousar, evitar o choque da aeronave, e ela fez aquelas manobras que não foram de propósito, foram consequências da luta corporal. Eram dois homens armados com fuzil e colocaram capuz, mas consegui olhar bem para eles".
Lopes diz que a todo momento temia pela vida.
"Eu falava: 'eu vou morrer e vocês também, vai ter reação'. Eles eram inexperientes".
O voo
Segundo o relato de Lopes à polícia, dois passageiros contrataram um voo de helicóptero para Angra dos Reis, na manhã de ontem, com retorno previsto para hoje. No final da tarde, eles disseram que precisavam retornar ao Rio de Janeiro no mesmo dia. Como o profissional que faria o voo não estava se sentindo bem, solicitou ajuda de um colega, Adonis Lopes. Após a decolagem, o piloto foi rendido e informado que deveria ir para o presídio de Bangu.
Durante o trajeto, o piloto realizou uma manobra para pousar no batalhão da Polícia Militar, mas ocorreu luta corporal com os outros dois homens, de acordo com os investigadores.
Ainda segundo a polícia, com a desistência do plano, os criminosos deixaram o piloto conduzir a aeronave novamente e ordenaram que ele seguisse para Niterói (RJ), onde pularam do helicóptero em uma área de mata. Em seguida, a aeronave pousou no Grupamento Aeromóvel da Polícia Militar, localizado na região.
O secretário de Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski afirmou que a polícia já possui alguns suspeitos.
"Acredito que ainda hoje a gente saiba qual foi a facção criminosa responsável esse sequestro. A gente espera em breve dar uma resposta. Falo também do Adonis, um piloto que preferia a morte do que resgatar um bandido. Isso é pertencimento para a Polícia Civil. A gente vai descobrir quem fez, vai fazer uma operação contra esses traficantes e fazer cumprir a lei", disse o secretário.
O caso foi registrado na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) onde será investigado para identificar e prender os sequestradores, além de esclarecer todos os fatos. As investigações correm sob sigilo, segundo a delegacia.
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