Jacarés-de-papo-amarelo aparecem misteriosamente mortos e sem cabeça em SC
A morte de dois jacarés é investigada por órgãos ambientais de Santa Catarina depois que os animais foram encontrados decapitados às margens de um córrego na área urbana de Florianópolis. Os jacarés-de-papo-amarelo, espécie ameaçada de extinção, foram avistados numa área de mangue e de preservação ambiental, já sem vida, por volta das 18h de sábado (6), no bairro Santa Mônica. Havia sangue e indícios de vazamento de óleo no local.
De acordo com Ricardo Pastrana, subcomandante da Guarda Municipal de Florianópolis, quando os agentes chegaram ao local, identificaram ao menos dois animais, ambos sem cabeça e cauda e envoltos por sangue.
"Conversando com funcionários do Villa Romana Shopping, localizado em frente ao córrego onde esses animais habitam, eles relataram que essa não é a primeira vez que isso ocorre. No entanto, ainda não temos certeza se a morte dos jacarés foi provocada por uma ação humana, de um predador ou mesmo decorrente de uma briga entre os próprios animais", afirma.
A dúvida acontece porque órgãos ambientais como a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) e a Polícia Militar Ambiental (PMA) também estiveram no local para a realização de procedimentos legais e perceberam óleo de origem não identificada na água, o que poderia indicar uma possível causa de morte por intoxicação e gerar risco para os demais animais da região. Porém, o fato de os jacarés estarem decapitados é um mistério.
Durante o atendimento da ocorrência, a Guarda Municipal flagrou um terceiro jacaré arrastando um dos animais mortos, da margem do córrego para dentro da água.
Conforme Beatriz Campos Kowalski, superintendente da Floram, desde sábado os órgãos trabalham em conjunto para apurar a causa e a fonte do possível vazamento de óleo diesel e também o que levou a morte dos animais.
"Um dos jacarés foi recolhido pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC) para identificar qual foi a causa da morte, bem como a PMA e a Delegacia de Crimes Ambientais continuam acompanhando qual a origem dessa fonte (de óleo) para que nós possamos tanto autuá-los administrativamente quanto para tomar as medidas cíveis e criminais cabíveis", explica.
O UOL entrou em contato com o IMA e o órgão informou que iniciou uma apuração hoje, mas ainda evita confirmar ou levantar hipóteses para a morte dos animais. "Qualquer informação, neste momento, é prematura. É preciso esperar os levantamentos técnicos", aponta.
O jacaré capturado foi encaminhado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do IMA, localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, em Florianópolis, onde esses animais costumam ser atendidos, avaliados, reabilitados e encaminhados para soltura em sua maioria. Neste caso, por se tratar de morte do animal, os procedimentos de autópsia ainda estão sendo definidos pela equipe.
A entidade estadual, por meio da gerência de Fiscalização (GEFIS) também realiza hoje levantamento e avaliação da área do mangue onde os animais estavam com o uso de drones.
No local, próximo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Floram instalou placas informativas e a área está sendo monitorada pela Prefeitura Municipal, por órgãos ambientais e de segurança. Já a Guarda Municipal destacou que irá intensificar as rondas no local, além de buscar imagens que possam ajudar a esclarecer o que ocorreu e, se possível, evitar que a situação se repita.
O capitão Fernando Magoga Conde, comandante da Polícia Militar Ambiental de Florianópolis, informou à reportagem que diligências estão sendo feitas na região, mas ainda não há elementos que apontem para a origem do vazamento do óleo e a o que ou quem provocou a morte dos jacarés.
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