Vítima que seria queimada viva é resgatada em operação contra milícias
Uma pessoa foi resgatada na manhã de hoje dentro da comunidade Jesuítas, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, momentos antes de ser queimada viva. A vítima, que estava amarrada, foi encontrada por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que participavam de uma operação contra milícias da região. No local, foram apreendidos galões de combustível que seriam utilizados no homicídio.
A identidade do resgatado não foi divulgada em nota da Polícia Civil, mas a execução estaria ligada a aliados de Danilo Dias Lim, o "Tandera". O miliciano está em guerra com o grupo liderado por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, e recentemente encomendou incêndios na região de Santa Cruz, onde a vítima foi encontrada hoje, em represália a morte de comparsas durante a disputa pelo domínio de esquemas de extorsão na Zona Oeste do Rio e na Baixada Fluminense.
A operação foi realizada por uma força-tarefa da Polícia Civil e tem como objetivo prender criminosos ligados a esse esquema de extorsão, "asfixiando" as fontes de renda da organização chefiada por Zinho, que atualmente comanda a região.
Entre os crimes cometidos pelas milícias estão cobranças irregulares de taxas de segurança e de moradia, instalações de centrais clandestinas de TV a cabo e de internet (gatonet/gatointernet), armazenamento e comércio irregular de botijões de gás e água, empresas de Gás Natural Veicular ilegais, parcelamento irregular de solo urbano, construções irregulares, comercialização de produtos falsificados, contrabando, transporte alternativo irregular e estabelecimentos comerciais utilizados para lavagem de dinheiro.
Até o momento, 15 pessoas foram capturadas, segundo nota da corporação. Uma delas é o criminoso conhecido pelo apelido de "Artilheiro", apontado como um dos matadores da milícia, investigado por realizar cobranças de dívidas, execuções e ocultação de cadáveres.
Segundo os agentes, o criminoso atuava no grupo de Wellington da Silva Braga, o "Ecko", irmão de Zinho, que liderava a principal milícia da região até junho deste ano, quando foi morto durante outra operação da Polícia Civil.
Dois meses após a morte de Ecko, "Artilheiro" passou a atuar ao lado do novo líder, Zinho, trabalhando como seu segurança particular. Com ele, foram apreendidos fuzis, pistolas, munições, carregadores e coletes balísticos da milícia.
Além da prisão do "segurança", outros quatro milicianos foram capturados por agentes da DDSD (Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados).
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