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Polícia diz ter descoberto casa de luxo de chefe do tráfico no Jacarezinho

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

20/01/2022 18h00

Em meio à pobreza, uma casa luxuosa de quatro andares descoberta pela Polícia Civil do Rio de Janeiro chama atenção no Jacarezinho, comunidade da zona norte da capital.

De acordo com a polícia, a casa pertence a Adriano Souza de Freitas, 39, conhecido como Chico Bento e apontado como chefe do tráfico na comunidade.

O imóvel foi descoberto ontem por homens da DRF (Delegacia de Roubos e Furtos) durante a ocupação da favela para implementação da Cidade Integrada, novo projeto de segurança do governo do estado.

Em um vídeo da casa obtido pelo UOL, é possível ver piscina, churrasqueira, área gourmet e uma grande sala com porcelanato. A cozinha conta com a chamada ilha (uma ampla bancada centralizada), coifa e geladeira sofisticadas.

De acordo com a Polícia Civil, Chico Bento e demais traficantes deixaram o Jacarezinho ontem após a chegada dos policiais. A suspeita é de que o grupo tenha se refugiado no Complexo da Penha, também na zona norte.

O traficante, que era um dos alvos da polícia durante a ocupação da comunidade, chegou a ser preso em abril de 2016 durante uma operação na própria favela. Em março de 2018, ele foi beneficiado com o regime semiaberto e não retornou mais para a prisão. Ele é considerado foragido.

Ficha criminal

Chico Bento responde pelos crimes de homicídio, tortura, tráfico de drogas, associação para o tráfico e roubo. Ele também é suspeito de aliciar menores de idade para o tráfico. Contra ele, há ao menos quatro mandados de prisão pendentes.

O traficante ainda é suspeito de envolvimento na morte do soldado da PM Michel de Lima Galvão, 32, morto na comunidade em 2017. O agente, ferido durante confronto com traficantes no interior da favela, foi socorrido, mas morreu.

Cidade Integrada

O novo projeto de segurança do governo do estado, inspirado no modelo das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora), deve ser apresentado no sábado (22) pelo governador Cláudio Castro (PL). Definido como uma aposta eleitoral, o projeto foi criticado por especialistas em segurança pública por não ter dialogado com as comunidades onde pretende ser instalado.

Além do Jacarezinho, foram ocupadas ontem as comunidades da Muzema, da Tijuquinha e do Morro do Banco, na zona oeste, redutos do tráfico de drogas e da milícia.

No Jacarezinho, algumas das ações previstas e o motivo, de acordo com documentos internos do governo, são:

  • Reforma do Campo do Abóbora: "São necessários reparos e equipamentos na base do campo, nas arquibancadas, nos espaços infantis e de lazer, na academia ao ar livre";
  • Urbanização às margens do rio Salgado: "Inibirá a ocupação irregular, facilitará a mobilidade através da implantação de calçadas e ciclovias e melhorará as condições ambientais e paisagísticas, com a introdução da arborização";
  • Programa de videomonitoramento em 22 vias no entorno da favela, com reconhecimento facial e de placas, para "gerar dados de inteligência" e uma "melhor atuação da Polícia Militar".

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