Falta de investimentos, intervenção e caso Amarildo levaram UPP à derrocada
Uma "nova UPP" é implementada a partir de hoje pelo governo do Rio de Janeiro na capital do estado com a ocupação da comunidade do Jacarezinho, zona norte. O programa Cidade Integrada revive os objetivos das Unidades de Polícia Pacificadora.
As UPPs foram criadas em 2008, no governo de Sérgio Cabral (MDB), com o objetivo de atuar em regiões que eram dominadas por facções criminosas, para retomar áreas dominadas pelo tráfico e aproximar a população do Estado.
Uma das ideias era de que as unidades atuassem como uma estrutura independente, justamente para desenvolver uma nova forma de atuar da polícia, mais focada no policiamento comunitário.
Até 2014, foram criadas 38 UPPs. Mas, a partir de 2018, com a intervenção federal no Rio, unidades começaram a ser extintas. Um ano antes, porém, o programa já havia sofrido um corte de um terço de seu efetivo. Além disso, elas passaram a ser subordinadas aos batalhões da Polícia Militar, quebrando um dos objetivos do programa.
Derrocadas
O auge do programa foi em 2012, quando uma UPP foi instalada no Complexo da Alemão. O momento da ocupação da área ficou marcado por imagens, captadas por helicópteros, de criminosos fugindo da favela na zona norte carioca.
Porém, a partir de 2013, o programa começou a ser colocado em xeque. Em julho daquele ano, o ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza desapareceu da favela da Rocinha, na zona sul, após ter sido conduzido à sede da UPP na comunidade. Um major foi condenado pela morte de Amarildo.
A crise fiscal fluminense foi outro empurrão contra o programa de UPPs. A verba insuficiente e os poucos investimentos geravam reclamações sobre falta de equipamentos, como coletes e munição. Policiais trabalhavam com armamento obsoleto e sem gasolina nas viaturas. Até hoje, encontram-se estruturas de UPPs abandonadas e sucateadas pelo Rio.
Nos idos de 2017, eram frequentes relatos de que, em áreas de UPP na zona norte, a polícia precisa fazer acordo com o tráfico de drogas para preservar suas vidas e evitar o confronto. Traficantes aproveitam o momento de fragilidade das forças de segurança para retomar territórios antes sob o poder estatal.
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