Idoso é resgatado em meio a toneladas de lixo em Criciúma (SC)
Um idoso de 73 anos foi resgatado ontem de uma casa onde mora em Criciúma (SC) em meio a toneladas de lixo acumuladas por ele ao longo da vida. Para a retirada do material do local, foram necessários o uso de 16 caminhões-caçamba - cada um consegue transportar até 14 toneladas.
Os agentes da força-tarefa encontraram quatro geladeiras, três fogões, inúmeros móveis antigos, cristaleiras, peças automotivas, panelas, relógios, peças de roupas, entre outros. "Tinha até garrafa de champanhe fechada e vencida", relatou ao UOL o diretor da Compdec (Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil) de Criciúma, Fred Gomes.
Para o serviço foi necessário inclusive o uso de retroescavadeiras. O trabalho ainda não foi totalmente concluído e uma limpeza mais "fina" deverá ser feita no local até amanhã.
A casa tem cerca de 80 metros quadrados, com três quartos, banheiro, sala e cozinha. Não havia energia elétrica e nem rede de água no local. "O entulho era tão grande que o idoso ocupava um espaço com menos de um metro quadrado. Ele dormia sentado, além de entrar de lado, pois a porta da frente não abria na totalidade", comentou Gomes.
O terreno, localizado no bairro Fábio Silva e que pertence atualmente à prefeitura, era uma área de invasão. "Todos os terrenos ao redor foram regularizados, com exceção da casa onde o idoso vivia, justamente pelo problema de acúmulo", comentou Gomes.
Anteriormente, já haviam sido feita três limpezas externas no local. Mas para fazer a higienização interna, além da remoção do idoso com segurança, foi necessária uma autorização especial para interdição, concedida no fim do ano passado.
Idoso morava sozinho
Estima-se que o idoso more no local há cerca de 20 anos. "Uma irmã, que vivia com ele e morreu no segundo semestre do ano passado, sempre pedia para não o interditar. (...) O problema é que depois do falecimento dela, piorou bastante a questão do acúmulo", pontuou Gomes.
Durante uma conversa com agentes da força-tarefa, o idoso comentou também que tinha uma filha. Ele não ofereceu resistência durante o serviço.
Ele foi medicado pelo Samu no local e encaminhado ao Caps (Centro de Atenção Psicossocial), onde deve permanecer por pelo menos uma semana, passando por uma avaliação psicológica. Em seguida, o idoso deve voltar a morar na mesma casa, sendo monitorado pelo poder público, além dos vizinhos.
Conforme Gomes, a prefeitura não deve fazer a reintegração de posse do terreno, que deve ficar para o idoso. O processo de regularização está atualmente na Procuradoria do município.
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