Beleza, joias e ostentação: quem é a 'Trafigata', que sofreu atentado no PR
Jovem, bonita e com gosto particular por esbanjar imóveis, joias e carros de luxo nas redes sociais. A curitibana Camila Marodim, 25, ficou conhecida como 'Trafigata' após a execução do marido Ricardo Marodim. Ele é apontado pela polícia do Paraná como um dos principais líderes de uma quadrilha de tráfico de drogas de Curitiba e Região Metropolitana.
Ricardo, que já tinha passagem pela polícia, morreu com 12 tiros durante a festa de aniversário de um dos três filhos do casal, de quatro anos, em novembro do ano passado, em Pinhais, na Grande Curitiba, cidade em que o casal vivia.
Camila cursou a faculdade de direito até o quarto ano e estava casada há dez anos. Durante o relacionamento, teve dois meninos, de 4 e 7 anos e uma menina, com pouco mais de um ano. Ela chegou a se separar algumas vezes, mas por pouco tempo.
A jovem mantém uma conta no Instagram com poucos seguidores e postagens. São apenas sete publicações, sendo uma do marido e outra do casal com os filhos. O restante mostra apenas fotos dela, com demonstrações de valorização da família e da independência quanto a terceiros.
Não faço questão de ser amigo de todo mundo, não faço questão de agradar todo mundo, não faço questão de ser legal e nem parecer o que querem que eu seja.
Camila Marodim, Instagram
Segundo a Polícia Civil, Camila cuidaria da área financeira da quadrilha e utilizaria uma loja de roupas como fachada para justificar a movimentação milionária que vinha do tráfico.
É uma moça bonita, que gostava de balada, de se vestir bem, era bem versada nas redes sociais e gostava de frequentar bons locais. Ela tinha a sua renda por conta de uma loja que comportava esse tipo de gasto e viu o marido sendo executado com o filho do colo. Camila também se viu arrancada de casa para ir presa e hoje na iminência de ser assassinada. É uma crônica de uma tragédia anunciada.
Claudio Dalledone Jr., advogado de Camila
Durante as investigações, a polícia descobriu que o casal tinha 13 imóveis de luxo e cinco carros, entre eles um Porsche, que foi apreendido. À Polícia, Camila alegou que o dinheiro vinha do seu trabalho na área de eventos e da loja de roupas e do marido, que vendia carros.
"Eu acredito que alguma coisa ela desconfiava da participação do marido no tráfico de drogas e acabou sendo envolvida com as práticas do Ricardo. Ela tinha um certificado de registro do Exército para levar a arma até um estande de tiros, mas não andava com armamento e não é considerada uma pessoa violenta", conta Dalledone.
A jovem foi presa cinco dias após a morte do marido por suspeita de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Camila nega as acusações e passou a cumprir prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica depois de ficar 40 dias presa. A principal justificativa da defesa para ser solta é de que ela é mãe de três filhos, todos menores de 18 anos.
"A cautelar que ela utiliza a tornozeleira eletrônica é da cidade Pinhais. Ela tem autorização para mudar de endereço, para se proteger, e também para sair de casa", afirma o delegado que investiga o caso, Tito Barrichello. Segundo o advogado de Camila, ela já teve que se esconder em três endereços diferentes e a área que ela pode sair da residência sem violar a prisão domiciliar não chegou a ser informada. "A Central de Monitoramento ficou de passar o perímetro permitido para locomoção, mas ainda não informou", disse.
Na última segunda-feira, Camila foi alvo de um atentado com mais de vinte tiros, no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba. Ela retornava de um supermercado nas proximidades de casa em um carro, junto com um amigo, quando foi abordada por um atirador no momento em que chegava em casa. A jovem não se feriu, mas o amigo, que não teve o nome identificado, foi baleado e está em estado grave.
"Em menos de 90 dias, ela teve o marido executado, foi jogada ao cárcere na Penitenciária Feminina, teve todos os bens bloqueados, não tem nenhum dinheiro para comprar leite para as crianças e quase morreu", finaliza Dalledone.
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