'Trafigata' de Curitiba é alvo de atentado com mais de 20 tiros
A jovem Camila Marodim, conhecida como "Trafigata", passa bem após ser alvo de um atentado com mais de vinte tiros. O caso aconteceu na tarde de segunda-feira (31), enquanto ela voltava para casa, no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba. Camila retornava de um supermercado com um amigo, quando foi abordada por um atirador, de acordo com a Polícia Civil.
A dupla acabara de chegar em casa quando os disparos começaram. Ela conseguiu sair do carro e fugir sem ferimentos, mas o amigo, que não teve o nome divulgado pela polícia, foi baleado. Ele foi encaminhado ao Hospital do Trabalhador, também na capital do Paraná, e está em estado grave.
A mulher é apontada como uma das líderes de uma organização criminosa chefiada pelo marido, Ricardo Marodin, que foi executado em novembro do ano passado, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Ela chegou a ser presa cinco dias após a execução, suspeita de organizar, receber e repassar drogas. Camila negou as acusações e passou a cumprir prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica, depois de ficar 40 dias presa.
"Foi uma emboscada organizada e o alvo seria ela. O atirador estava em um veículo Palio, na cor cinza, possivelmente com a placa clonada. A Camila estava bem escondida e ninguém sabia o endereço dela. Ela já foi ouvida pela Delegacia de Homicídios e o caso está sob sigilo", disse o delegado Tito Barichello, responsável pelas investigações.
Em entrevista ao UOL, o advogado da 'Trafigata', Claudio Dalledone Jr, diz que a jovem já teve que mudar de residência por suspeitar que um cerco estava sendo armado.
"Ela está muito abalada e sabia de todos os riscos ao cumprir prisão domiciliar. Camila está escondida e chegou a mudar três vezes de endereço e comunicar todas as vezes para a Justiça. Mas, mesmo assim, há suspeita de que a informação tenha sido vazada. Já temos uma suspeita de quem tenha cometido esses disparos", disse o advogado, sem citar nomes.
Casal ostentação
O casal ficou conhecido por ostentar veículos, grande quantidade de dinheiro e viagens caras nas redes sociais. A partir daí, Camila e Ricardo chamaram atenção da polícia e começaram a ser monitorados no ano passado.
A suspeita desencadeou na Operação Ostentação, deflagrada pela Polícia Militar do Paraná, que apreendeu drogas e prendeu 14 pessoas, além de bloquear contas e imóveis.
"O apelido 'Trafigata' surgiu daí, por ser uma moça bonita, jovem e que mostrava muito nas redes sociais", afirma Dalledone.
A jovem foi denunciada pelo Ministério Público do Paraná por associação ao tráfico, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
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