Casal de onças é gravado junto e especialistas estimam gestação no PR
Um flagra feito por câmeras de monitoramento do Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, mostrou o raro momento no qual um casal de onças-pintadas anda junto e levantou em especialistas a esperança da chegada de um novo filhote na região em breve.
A dupla, Indira e Peter, foi gravada por duas câmeras instaladas no parque na tarde da última quinta-feira (17). Nas imagens, é possível ver que a fêmea anda na frente e o macho a acompanha a uma curta distância.
De acordo com o projeto Onças do Iguaçu, é raro que um casal da espécie seja flagrado junto. Isso só ocorre durante o curto período no qual a fêmea está no cio, que pode durar entre seis e 16 dias.
"Depois disso é cada um para o seu lado e a fêmea cria os filhotes sozinha", diz trecho da publicação. Em um dos vídeos, o macho chega a fazer uma espécie de ronrono para chamar atenção da fêmea.
Indira já é mãe de um filhote, que se aproxima de um ano e meio de idade e deve buscar sua "independência" dentro do parque em breve.
"O registro de um casal sinaliza a possibilidade de novos filhotes em breve, e isso é uma esperança para as onças do Iguaçu", afirmou Yara Barros, representante do projeto Onças do Iguaçu, em conversa com o UOL.
O tempo de gestação da onça-pintada é de cerca de três meses.
Indira e Peter são duas das 24 onças que vivem do lado brasileiro do Parque Nacional do Iguaçu, número estimado pelo censo mais recente do local. A outra parte do parque é da Argentina, que também trabalha com monitoramentos do tipo.
O número divulgado em 2020 é um pouco menor do que o do biênio anterior, quando 28 animais da espécie foram encontrados do lado brasileiro do parque. A estimativa do projeto, porém, é de que cerca de 100 animais vivam na região do Corredor Verde dos dois países.
Desde que a contagem, feita em parceria com o Proyecto Yaguaraté, da Argentina, foi iniciada no ano de 2009, o número de onças-pintadas no Corredor Verde cresceu 200%, o que é visto como positivo, já que a espécie é ameaçada de extinção.
Relatórios divulgados pelo projeto pontuam que a caça ainda é a maior ameaça para a espécie. Alguns caçadores chegaram a roubar câmeras instaladas no parque para prejudicar o monitoramento das onças. Em 2020, pelo menos 16 das 130 câmeras do parque foram furtadas ou danificadas por ação humana.
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