Topo

Esse conteúdo é antigo

Sem-teto espancado por personal é tietado no DF e diz: 'Não me arrependo'

Do UOL, em São Paulo

25/03/2022 12h12Atualizada em 25/03/2022 15h09

Givaldo Alves, 48, ganhou notoriedade nas ruas do Distrito Federal após ter sido espancado por um personal trainer em Panaltina no dia 9 de março. O profissional de educação física Eduardo Alves, 31, flagrou a mulher dele com o homem em situação de rua tendo relações sexuais dentro de um carro. Em vídeos que circulam as redes sociais, pessoas aparecem tirando fotos e gravando conversas com Givaldo. Em uma das imagens, ele afirma que não se arrepende do caso e que, se não fosse pelo personal, ainda poderia estar com a mulher.

No vídeo, uma pessoa diz não acreditar no fato de ter encontrado Givaldo na rua e começa a gravar uma conversa em que outras pessoas participam. Ao fundo, é possível ouvir uma mulher questionando: "Valeu a pena?". Givaldo, então, responde: "Dá para ter tudo o que eu sei que sou capaz sem apanhar. Mas eu não me arrependo não."

Na sequência, o grupo questiona: "Mas a dorzinha valeu?", em referência às agressões cometidas pelo personal trainer. "Cara, ela é maravilhosa demais. Ninguém merece apanhar assim", diz Givaldo aos risos. O grupo ainda pergunta se ele se relacionaria novamente com a mulher, e ele confirma que gostaria.

Outro vídeo, publicado no TikTok, mostra Givaldo "xavecando" uma outra mulher. Na cena, ele afirma para a jovem: "A beleza é de fazer eu parar um instante". Ao fundo, é possível ver um homem questionando: "Mas você já esqueceu a outra?". O vídeo foi publicado por uma usuária que afirmou que Givaldo era "o último romântico".

Ao UOL, Givaldo revelou que perdoou o personal trainer e afirmou ter medo de ser incriminado. Atualmente, ele está em um abrigo em Ceilândia (DF) e ainda se recupera das lesões. "No hospital, senti medo do que poderiam me acusar", disse ele.

givaldo - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

"Milhares de pessoas podem me ver com maus olhos. Milhares de pessoas podem se colocar na situação — e têm a liberdade de ver, através da Polícia Civil, tanto aquele carro que tem meu sangue nele quanto as câmeras. Deus é tão maravilhoso que fez aquela mulher me parar debaixo de uma câmera. Se não fosse isso, seria uma acusação injusta. Uma mentira pode ser dita um milhão de vezes, sempre continuará sendo mentira. E a verdade não. Ela [a verdade] desfaz isso."

Givaldo afirmou que a mulher parou de carro no lugar em que ele costuma dormir, nas imediações de uma escola, e o chamou. Ela teria proposto: "vamos brincar?", disse ele em depoimento à polícia. Na narrativa dele, a mulher teria gostado dele e o convencido a entrar no carro antes de eles serem flagrados pelo "homem bravo" enquanto estavam tendo relações sexuais.

A defesa do casal explicou que o caso afetou toda a família e uma nota de esclarecimento assinada por Eduardo contou que além de sofrer a violência sexual, ela sofreu outra violência ao ser acusada de traição em rede nacional.

As investigações devem esclarecer se houve ou não violência sexual no contexto do crime e o delegado responsável pelo caso não falará sobre o assunto, que segue em sigilo. O caso está sendo oficialmente investigado como "legítima defesa de terceiros".