Topo

Mulher é condenada a 25 anos de prisão por dar veneno de rato à filha

Edna Aparecida de Souza Ribeiro, condenada a 25 anos de prisão após envenenar a filha de 9 anos  - Reprodução
Edna Aparecida de Souza Ribeiro, condenada a 25 anos de prisão após envenenar a filha de 9 anos Imagem: Reprodução

Thiago Varella

Colaboração para o UOL. em Campinas

04/05/2022 04h00

A Justiça condenou a 25 anos de prisão uma mulher que envenenou a filha de 9 anos, em Bauru, no interior de São Paulo, em agosto de 2014. O julgamento foi concluído na semana passada. A defesa afirmou que vai recorrer por considerar que houve uma nulidade no julgamento.

Edna Aparecida de Souza Ribeiro, 51, colocou veneno de rato na sopa da filha para se vingar do ex-marido. A menina passou quatro dias internada, mas sobreviveu. Hoje adolescente, a vítima contou que a mãe lhe deu o alimento contaminado logo depois de buscá-la na escola.

A sopa estava avermelhada, o que fez a menina acreditar que continha beterraba. Além disso, o gosto forte de pimenta acabou disfarçando o veneno. Edna também tomou um pouco da sopa junto com a filha.

Logo após a refeição, a mulher ordenou que a menina ligasse para o pai para se despedir dele. Desesperado, o homem foi até a casa onde as duas estavam e ouviu Edna confessar que havia dado sopa envenenada para a criança. Ela também impediu o pai de levar a filha ao hospital, a ameaçou com uma faca e obrigou o homem a assinar um documento que transferiria um carro para o nome dela.

Desesperado, o pai buscou o carro, deu as chaves para Edna e ainda assinou o documento de transferência. Só então, a polícia foi acionada e a menina, levada ao hospital.

Em um vídeo gravado pela polícia, Edna confessou ter envenenado a filha. No julgamento, no entanto, a mulher afirmou não se lembrar de ter colocado veneno na comida da menina.

A defesa de Edna alegou que a mulher era incapaz de compreender a gravidade do fato e pediu a inimputabilidade da ré por insanidade mental. No entanto, a tese foi negada depois que a ré foi analisada por um médico psiquiatra.

Edna foi condenada a seis anos, cinco meses e 23 dias de prisão por lesão corporal grave qualificada por motivo torpe, e a mais 19 anos e 20 dias por extorsão mediante sequestro, com uso de arma branca. Ela já foi presa e pode recorrer da sentença, mas sem deixar a prisão.

Outro lado

A defesa de Edna disse que recorrerá da sentença por avaliar que houve uma nulidade no julgamento.

Segundo o advogado Alisson Caridi, que representa Edna, um quesito obrigatório não foi apresentado aos jurados. Além disso, ele considera que a condenação por extorsão mediante sequestro foi exagerada.

"Acho importante ressaltar que o próprio promotor pediu a absolvição por sequestro e mesmo assim a juíza-presidente a condenou", afirmou.

Caridi também aponta que Edna poderia recorrer à sentença em liberdade já que, segundo ele, não apresenta riscos à sociedade e está tratando os problemas psiquiátricos que possui.

"Edna obteve a liberdade provisória em 2015. De lá para cá, ela nunca se envolveu em nenhum tipo de crime e, nos últimos anos, voltou a conviver com a vítima. Por isso, não vejo motivos para a prisão preventiva dela", disse.