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Bruno e Dom: Suspeito volta atrás e diz ter ocultado corpos, mas não matado

Cartaz sobre o desaparecimento do jornalista Dom Phillips (à esq.) e do indigenista Bruno Pereira (à dir.) - @crisvector/Reprodução
Cartaz sobre o desaparecimento do jornalista Dom Phillips (à esq.) e do indigenista Bruno Pereira (à dir.) Imagem: @crisvector/Reprodução

Do UOL, em São Paulo

20/06/2022 21h10

Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, voltou atrás em seu depoimento de hoje para a PF (Polícia Federal). Inicialmente, o pescador havia confessado, segundo a corporação, ter participado dos assassinatos do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

Em relato durante a reconstituição do dia do crime, Amarildo admitiu ter jogado os corpos em uma parte da mata do Vale do Javari (AM), esquartejado e ateado fogo.

Segundo o pescador, quem seria responsável pelas mortes do indigenista e do jornalista, ocorridas no início do mês, é Jeferson da Silva Lima, também conhecido como Pelado da Dinha.

Os dois juntamente a Oseney da Costa de Oliveira, irmão de Amarildo e conhecido como Dos Santos, estão detidos pela PF. Oseney nega envolvimento no crime. Ao todo, a corporação considera oito pessoas suspeitas.

Ainda no depoimento de hoje, o pescador disse que Jeferson atirou contra Bruno e Dom pelo menos três vezes cada um, mas alegou não saber quantos tiros acertaram as vítimas. Os dois foram mortos com tiros na cabeça e no tórax. Amarildo falou que o indigenista atirou de volta.

Onde o indigenista e o jornalista desapareceram - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Quem são as vítimas?

Dom era correspondente do jornal The Guardian. Britânico, ele veio para o Brasil em 2007 e viajava frequentemente para a Amazônia para relatar a crise ambiental e suas consequências para as comunidades indígenas e suas terras.

O jornalista conheceu Bruno em 2018, durante uma reportagem para o Guardian. A dupla fazia parte de uma expedição de 17 dias pela Terra Indígena Vale do Javari, uma das maiores concentrações de indígenas isolados do mundo. O interesse em comum aproximou a dupla.

Bruno, servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio), era conhecido como um defensor dos povos indígenas e atuante na fiscalização de invasores, como garimpeiros, pescadores e madeireiros. Em entrevista ao UOL, o líder indígena Manoel Chorimpa afirmou que o indigenista estava preocupado com as ameaças de morte que vinha sofrendo.