Topo

Esse conteúdo é antigo

Modelo atirou em delegado e se matou em seguida, conclui Justiça de SP

O delegado da Polícia Civil de São Paulo Paulo Bilynskyj e a modelo Priscila Barrios Imagem: Arquivo pessoal
Pietra Carvalho e Pietra Carvalho

Do UOL, em São Paulo

12/07/2022 14h30Atualizada em 12/07/2022 16h16

O processo que investigava a briga entre o delegado Paulo Bilynskyj e a namorada dele, a modelo Priscila Barrios, foi arquivado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Em maio de 2020, o homem foi atingido por seis tiros após uma discussão com a companheira, em sua casa em São Bernardo do Campo (SP).

Desde o início, Bilynskyj declarou que Priscila, na época com 27 anos, atirou em si mesma após realizar os disparos contra ele e que, na noite anterior aos tiros, ela teria se irritado após ver a mensagem de uma mulher, "admiradora de seu trabalho como policial", no computador dele.

Em entrevista ao programa "Domingo Espetacular", exibido no aniversário de um ano do caso, os advogados da família da modelo questionavam o que teria levado a mulher a usar a arma.

"Dependendo o que motivou, o doutor Paulo pode responder por instigação ao suicídio", declararam os defensores na ocasião. O UOL buscou o advogado que representa os interesses da família de Priscila por mensagem e ligação, hoje, mas ainda não obteve um posicionamento sobre a decisão da Justiça.

Apesar da argumentação, o inquérito do caso foi arquivado em 15 de junho de 2021, após pedido do Ministério Público. A decisão permaneceu em segredo de Justiça por alguns meses, mas foi confirmada ao UOL pelo TJ-SP e pela advogada do delegado, Priscila Silveira.

"A conclusão, após inúmeras provas para se chegar à verdade dos fatos, feita pela Polícia Civil do Estado de São Paulo, bem como também pelo entendimento do Ministério Público, e ratificada pela decisão judicial proferida pelo Juízo da Vara do Júri da comarca de São Bernardo do Campo - SP, foi de que Priscila Delgado efetuou seus disparos contra Paulo Bilynskyj e depois atirou em seu próprio peito, causando-lhe a morte", declarou a defensora em nota ao UOL.

Lembre o caso

Em 27 de maio de 2020, o delegado Paulo Bilynskyj, então com 33 anos, foi internado em um hospital de Santo André após ser baleado pela modelo Priscila Delgado de Bairros, 27.

Em um vídeo gravado por um colega no hospital, antes de ser submetido a uma cirurgia, ele afirmou: "Ontem, Priscila, minha namorada, viu uma mensagem de antes de ela ir para minha casa. Hoje de manhã, quando eu saí do banho, ela deu seis tiros em mim. Depois, um tiro nela mesma."

Segundo policiais civis, a mensagem seria de uma outra mulher, e a namorada teria ficado com ciúmes. Ela fazia curso de tiro.

"Eu tô em estado grave, vou passar por cirurgia. O padre Vinícius sabe o que aconteceu. A Juliana também", complementou. Na época, o UOL não conseguiu identificar quem eram as pessoas mencionadas pelo delegado.

Priscila foi encontrada morta no banheiro do apartamento do namorado, com um tiro na altura do peito, na região lateral do corpo. Já Paulo foi socorrido por vizinhos ao hospital Green Line. Depois, ele foi transferido para o hospital Mário Covas, em Santo André.

Os tiros atingiram dedo, perna e abdômen do policial.

Ainda no dia do crime, investigadores declararam que era cedo para saber o que tinha acontecido, mas afirmavam que a versão apresentada pelo delegado contrasta com o perfil da modelo, já que ela costumava fazer curso de tiro e, em tese, não erraria seis tiros numa curta distância.

Além disso, ela foi encontrada com a marca de tiro na altura do peito na região lateral do corpo, o que também não é comum em casos de suicídio.

Paulo é conhecido nas redes sociais por defender o uso de armas para proteção de vidas. Além de delegado e de instrutor de tiros, ele é professor em uma escola de cursos preparatórios.

O prédio onde aconteceu o caso é o mesmo onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha um apartamento considerado sua residência principal. Segundo a assessoria de imprensa do petista, ele não estava em casa na hora do crime.

Centro de Valorização da Vida

Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Modelo atirou em delegado e se matou em seguida, conclui Justiça de SP - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Cotidiano