Delegado baleado em briga com modelo fala pela 1ª vez: 'Só tomei tiro'
O delegado Paulo Bilynskyj, atingido por seis tiros durante uma briga com a namorada Priscila de Bairros em um apartamento em São Bernardo do Campo (SP), falou publicamente sobre o caso pela primeira vez em entrevista que foi ao ar no Fantástico.
"Eu achei que ia morrer. Que ninguém ia saber o que tinha acontecido", disse Paulo. "Só tomei tiro. Não consegui chegar nem perto dela. Não consigo entender por que ela fez isso. Eu fecho os olhos e só vejo isso, ela atirando."
Bilynskyj afirmou que na noite anterior aos tiros, Priscila viu uma mensagem de uma mulher no computador do namorado e não gostou. Ele diz que era uma mensagem anterior ao relacionamento dos dois, de uma admiradora do seu trabalho como policial. Ainda segundo ele, ela disse que iria embora, para a casa de um ex, mas não saiu. Eles então dormiram em quartos separados. Bilynskyj disse que o único problema do casal era o ciúme da mulher.
De manhã, o delegado acordou, tomou banho e, quando saiu do banheiro, na versão dele, encontrou Priscila já com a arma na mão. Ela então disparou seis tiros contra ele: um no peito, dois nas mãos e três depois que ele já estava caído. Bilynskyj disse que viu a namorada se matar em seguida. Ele afirmou que conseguiu sair do apartamento se arrastando para pedir socorro.
A modelo foi encontrada ainda com vida no corredor do apartamento, com uma marca de tiro na altura do peito. Ela foi socorrida a um hospital próximo, mas não resistiu ao ferimento.
Questionado pela reportagem se tinha conhecimento que Priscila sabia manusear uma arma, o delegado, que também é instrutor de tiro, respondeu que não, e disse que nunca colocou uma arma nas mãos da namorada.
Bilynskyj, que já passou pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), atualmente o delegado é plantonista no 101º DP (Distrito Policial), no Jardim das Imbuias, zona sul de São Paulo.
Família de Priscila contesta delegado
A família da modelo afirmou também à Globo que não acredita na versão apresentada pelo delegado e disse que ela não tinha contatos com armas.
"Eu continuo acreditando que não foi assim, que ela não se suicidou", disse Vilmar Brunis de Bairros, pai da jovem, que negou que ela tivesse conhecimento sobre armas. "Só se ele a ensinou, nunca teve contato com arma nenhuma".
O advogado da família contesta a versão de Bilynskyj e levanta outra hipótese: a de que o delegado reagiu aos primeiros tiros de Priscila e a matou.
"Ele a desarmou e, com a mesma arma que ela disparou contra ele, disparou um único tiro mortal contra a Priscila. Eu não vejo essa possibilidade do suicídio", afirmou José Roberto Rodrigues da Rosa.
O advogado ainda apresentou outra suspeita. "Nos chamou a atenção a foto em que a arma está com o carregador fora da arma e um cartucho que não está disparado ao lado. Aquele cenário é de atirador que acabou de usar a arma, não de uma pessoa leiga e que se matou com aquela arma".
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