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Denunciado por agressão, homem mata ex a facadas em MG: 'Fui covarde'

Emilly Luiza Ferrete Fernandes foi atingida por facadas na frente do irmão, de 16 anos, que tentou defendê-la mas acabou ferido  - Facebook/reprodução
Emilly Luiza Ferrete Fernandes foi atingida por facadas na frente do irmão, de 16 anos, que tentou defendê-la mas acabou ferido Imagem: Facebook/reprodução

Do UOL, em São Paulo

05/08/2022 13h52Atualizada em 05/08/2022 17h16

Uma mulher foi morta a facadas na frente do irmão, de 16 anos, dentro da própria casa, no bairro Cardoso, em Belo Horizonte. O principal suspeito do assassinato de Emilly Luiza Ferrete Fernandes, 25, é o ex-namorado Thales Tomás do Vale, 29, denunciado à polícia por ela pelo crime de agressão, dois dias antes do assassinato.

Ele foi preso na manhã de hoje em um motel na capital mineira, mas ainda não tem defesa constituída — portanto, não foi possível ouvir sua versão sobre o caso. Na chegada à delegacia, ele foi questionado pela imprensa sobre o que diria à família e afirmou: 'Fui covarde.

Segundo o irmão da vítima, Emilly teve um namoro com o rapaz de cerca de oito meses. Na última terça-feira (2), apenas dois dias antes de ser morta, a jovem teria relatado a um amigo as agressões, por ele não aceitar o fim da relação entre os dois.

O homem, que também tem cidadania americana, teria voltado para Minas Gerais há cerca de um mês, após uma temporada nos Estados Unidos. No final da manhã de ontem, ele foi até a casa onde Emilly morava e agrediu a ex-namorada com facadas.

Na tentativa de socorrê-la, o irmão da vítima tentou revidar as agressões, mas acabou tendo as mãos atingidas por golpes de faca. O dono do imóvel em que os jovens moravam viu o momento em que o investigado deixou o local correndo, com as roupas ensanguentadas, e acionou a Polícia Militar.

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Thales Tomás do Vale, de 29 anos, foi preso na manhã de hoje em MG
Imagem: Reprodução de vídeo/Twitter Radio Itatiaia

Emilly chegou a ser socorrida e foi levada ao Hospital Júlia Kubitschek, também em Belo Horizonte, mas não resistiu aos ferimentos. A médica que realizou o atendimento afirmou que ela tinha cerca de dez perfurações pelo corpo, na região do tórax, do fêmur e da cervical.

Logo após o crime, a Polícia Militar foi a uma casa no bairro Betânia, indicada como endereço do ex de Emily, mas não conseguiu localizá-lo. Em contato com conhecidos do casal, eles decidiram acionar a Polícia Federal e Rodoviária, alertando sobre suas viagens aos Estados Unidos e familiares dele na cidade de Governador Valadares.

Além do proprietário da casa alugada por Emilly, um amigo da jovem também foi ouvido como testemunha.

A testemunha contou que o ex-casal compareceu a uma confraternização em um bar da capital mineira em 2 de agosto. Na ocasião, a vítima contou que foi agredida e afirmou ter feito uma queixa-crime contra ele.

Já na tarde de ontem, após o assassinato, o homem teria entrado em contato com a testemunha, seu professor de tatuagem, e confessado o crime. Ele afirmou que iria se entregar 24 horas depois, mas não deu informações sobre seu paradeiro, segundo relato enviado ao UOL pela PM.

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que deslocou uma equipe de perícia até o local do crime para identificar e coletar provas. O corpo de Emilly foi submetido ao exame de necropsia no IML (Instituto Médico Legal) e liberado aos familiares.

A prisão, feita na manhã de hoje, ainda está em processo de registro. A Polícia Civil afirmou que, assim que o processo de detenção for concluído, "todas as medidas de Polícia Judiciária serão adotadas" e que ainda não há informação sobre a constituição de defesa do suspeito. Este espaço será atualizado tão logo seja possível contatar seus representantes legais.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.